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OS CANDIDATOS E A INFRAESTRUTURA DA BAHIA

Redação - 15/09/2022 07:32 - Atualizado 15/09/2022

Os candidatos ao governo do Estado precisam falar mais sobre os temas relacionados com a  infraestrutura, pois este é o maior gargalo da economia baiana.

Precisam falar mais  da Ferrovia Oeste Leste – o maior projeto de infraestrutura em execução na Bahia, que pode criar um corredor de transporte capaz de alavancar a produção de minérios e o agronegócio – e de como pretendem viabilizar sua conclusão, especialmente dos trechos que ligam Caetité a Barreira e daí ao entroncamento com a Fico – Ferrovia de Integração Centro Oeste, pois só com este traçado será possível criar um corredor de exportação de grãos. E precisam dizer como vão estimular a geração de oportunidades de negócios ao longo da ferrovia e como dinamizar centros urbanos e a área portuária de Ilhéus.  Aqui vale lembrar que a Fiol vai mexer no mapa urbano da Bahia e cidades como Caetité, Brumado e Jequié vão se tornar pólos de oportunidade de negócios, bem como o eixo Ilhéus/ Itabuna que ampliará seu papel de metrópole regional.

Os candidatos precisam dizer que posição terão com relação à  Ferrovia Centro Atlântica, a única ferrovia ligando a Bahia e o Nordeste à região Sudeste, e se vão aceitar  a renovação da concessão nos termos atuais, o que pode significar, se não houver garantia de novos investimentos, aceitar seu abandono atual  por mais 30 anos. Além disso, precisam dizer como pretendem fazer a interligação portuária dessas ferrovias, quais suas proposta para estimular a vocação portuária de Salvador e que investimentos pretendem propor para o Porto de Aratu.   

Os candidatos precisam também se posicionar em relação à ponte Salvador-Itaparica, que pode criar um novo vetor de crescimento em uma cidade que possui uma única saída rodoviária com o Sudeste, mas não dizendo apenas se são contra ou a favor.  Precisam se posicionar sobre o custo de oportunidade do projeto, no sentido de responder se vale a pena investir na ponte ou colocar esses recursos em outros programas fundamentais para a população do Estado. E precisam se posicionar também com relação a BR 324, a Salvador-Feira, um exemplo de rodovia mal administrada, que não cumpriu os ditames do contrato de concessão e vale-se de instrumentos jurídicos para seguir sem fazer investimentos, tornando-se um dos piores gargalos da infraestrutura baiana.

E, do mesmo modo, precisam comentar a falta de linhas de transmissão que impede um crescimento maior da Bahia na produção de   energia eólica e solar, uma vocação do estado. Em relação ao semiárido, os candidatos precisam falar  mais sobre o projeto do Canal do Sertão, a perna baiana da Transposição do Rio São Francisco, que levará água para 44 cidades do interior da Bahia e deverá beneficiar 1,2 milhão de pessoas. E com respeito às outras regiões listar os projetos no âmbito do escoamento da produção e de sua armazenagem em regiões como o Oeste, o Extremo Sul e outras. E precisam ainda discorrer sobre a duplicação da BR 101 e da BR 116.

                                                 A BAHIA E O TURISMO

O último plano estruturado para o desenvolvimento do turismo baiano foi elaborado em 1995 por Paulo Gaudenzi, o melhor secretário de turismo que a Bahia já teve. E hoje a Bahia está a demandar um novo plano para o setor, um programa de governo que encare o turismo de forma profissional, integrando as ações em todos os níveis, com prioridades  claras para a infraestrutura turística, estímulos definidos para as atividades turísticas no âmbito do lazer e do turismo de negócios, incluindo à promoção dos destinos baianos. Até agora, os candidatos a governador pouco disseram sobre o que pretendem fazer  no turismo baianoano, cuja importância é fundamental na criação de emprego e renda.

                                                 BAHIA: TURISMO EM ALTA

Em julho, as atividades de serviços ligadas ao turismo na Bahia cresceram 14%, a 16ª alta consecutiva. É um indicador de evolução e mostra que o crescimento do turismo registra tendência de alta. Nos primeiros sete meses do ano, as atividades ligadas ao turismo na Bahia cresceram 38%, em relação ao mesmo período de 2021. E nos 12 meses encerrados em julho, os serviços turísticos baianos registraram o terceiro melhor desempenho do país, crescendo 48%, atrás apenas de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A temporada primavera/verão está aí e a Bahia tem tudo para, no pós pandemia,  fazer o turismo bombar. Mas não pode ficar dormindo no berço esplêndido das nossas praias, é preciso criar eventos.

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