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O PIB DA BAHIA CRESCEU MAIS QUE O DO BRASIL

Redação - 07/09/2022 22:55 - Atualizado 07/09/2022

O PIB da Bahia cresceu 4,8% no segundo trimestre de 2022, em comparação ao mesmo período do ano anterior, percentual superior ao crescimento nacional de 3,2%. A Bahia repete o bom momento da economia brasileira, mas com suas especificidades.

Todos os setores cresceram, com destaque para o setor industrial com incremento de 13% e para a agropecuária, que cresceu 4,2%. O setor de serviços, que representa 70% do PIB, foi o único que cresceu abaixo da média nacional, com um incremento de  1,6%. O setor agropecuário baiano  terá uma safra recorde este ano o que explica o crescimento de acima de 4% no segundo trimestre, quando em nível nacional, o setor registrou  queda de 2,5 %.

Já o setor industrial, que passou os últimos anos com produção em queda, vem se recuperando de forma acelerada e cresceu 13% na Bahia no 2º trimestre do ano, quase sete vezes mais que a média nacional.  Isso vem acontecendo porque a  indústria de transformação local se expandiu em quase 20%, crescimento fortemente influenciado pelo aumento da produção de derivados de petróleo, já que a Refinaria de Mataripe, agora privatizada, passou a produzir a plena carga, diferente de quando era gerida pela Petrobras que, por conta de sua politica de preços, trabalhava com capacidade ociosa.  Só para se ter uma ideia, a produção de derivados de petróleo cresceu quase 60% no 1º semestre. No entanto, setores como alimentação e petroquímicos recuaram no segundo semestre. Vale lembrar que a  expansão da indústria deve-se também ao setor da construção civil, que cresceu 7,6%, e ao segmento de  eletricidade e água com expansão de 7,8%.

A recuperação do setor serviços, que representa 70% do PIB baiano, foi menos expressiva e inferior ao crescimento nacional. Mas registrou desempenho positivo e isso deve-se a retomada plena das atividades no pós pandemia e la  liberação parcial do FGTS, bem como a antecipação de pagamento do 13º salário de aposentados e pensionistas.  Mas chama atenção que esse estímulo ao consumo não tenha aumentado as vendas no comércio, segunda atividade mais importante dentro da economia baiana. O setor comercial registra o pior desempenho na economia e caiu 6,5 % no segundo semestre. Com esse resultado, a economia baiana registra no 1º semestre de 2022, em relação ao mesmo período do ano anterior, uma expansão de

3,9% , superior ao incremento verificado na economia nacional de 2,5%. O expressivo crescimento do PIB baiano tem os mesmo condicionantes do crescimento do PIB brasileiro e mostra a resiliência da economia do país e do Estado, mas no que se refere ao setor serviços isso se deu por forte influência dos recursos do governo federal injetados na economia e pela redução de impostos, o que não se sabe se será sustentável. Os resultados do PIB realçam também o dinamismo do agronegócio baiano, a retomada do crescimento industrial e demonstra que a economia baiana adquire dinamismo quando  o ambiente econômico é bom.  No 1º semestre apenas o setor comercial segue comprometido não só pelo alto nível de endividamento da população, mas também pela inflação alta e pelos juros estratosféricos. As informações são da superintendência de Estudos Econômicos e Sociais.

                                           A SUPER SAFRA DA BAHIA

O PIB do setor agropecuário cresceu  4,0% no 1º semestre de 2022 e esse  resultado reflete o crescimento de 8,2% da safra de grãos. A safra será de 11,4 milhões de toneladas,  um recorde histórico.  A produção da soja cresceu 6% em relação ao ano anterior e será de  7,2 milhões de toneladas. Mas o crescimento da produção de café, algodão, milho e feijão são mais expressivos. Não está sendo um ano fácil, houve aumento nos custos de produção, problemas com o fornecimento de fertilizantes, crédito caro por causa dos juros altos e os eternos problemas de infraestrutura, mas, apesar disso, o agronegócio na Bahia supera todas as dificuldades e só faz crescer.

UMA FÁBRICA NO LUGAR DA FORD

A BYD é um gigante empresarial chinês e está em negociação com o governo do Estado para implantar uma fábrica no site da Ford. A BYD já é conhecida na Bahia, pois é responsável pela construção e operação do VLT do Subúrbio, o novo sistema de transporte sobre monotrilho que ligará a região do Comércio e também é fornecedor de equipamentos, ônibus e outros, para os sistemas de transporte da Bahia.
As negociações entre a empresa e o governo do Estado estão avançadas, mas não existe mais o regime automotivo de incentivos, um dos motivos que fez a Ford se instalar na Bahia. E a BYD ainda tem dúvidas sobre se a demanda de carros elétricos no Brasil, que são mais caros, vai viabilizar a fábrica.

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