O atentado sofrido pela vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite desta quinta-feira (1º), em Buenos Aires, repercutiu na imprensa internacional e no meio político. O autor, que foi detido logo após o incidente, é Fernando Andrés Sabag Montiel, um brasileiro de 35 anos, filho de uma chilena com um argentino. No Brasil, alguns candidatos à presidência se manifestaram em repúdio à violência e prestaram solidariedade à líder argentina, mas o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), não se pronunciou sobre a tentativa de assassinato.
“Toda a minha solidariedade à companheira Cristina Kirchner, vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa”, declarou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por meio das redes sociais.
“Que o autor sofra todas as consequências legais. Esta violência e ódio político que vêm sendo estimulados por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas”, pontuou o petista, alfinetando Bolsonaro, sem mencionar o nome do adversário, que também é crítico do governo de esquerda na Argentina.
Ciro Gomes (PDT) também criticou a onda de violência política na região ao comentar o incidente. “O atentado frustrado a Cristina Kirchner por pouco não transforma em chuva de sangue a nuvem de ódio que se espalha pelo nosso continente. Nossa solidariedade a esta mulher guerreira que com certeza não se intimidará”, disse o candidato.
“Para nós, fica a lição de onde pode chegar o radicalismo cego, e como polarizações odientas podem armar braços de loucos radicais ou de radicais loucos. Ainda há tempo de salvar o Brasil de uma grande tragédia gerada pelo ódio. Paz!”, conclui Ciro. Ao comentar o atentado, a senadora Simone Tebet (MDB), por sua vez, cobrou um posicionamento firme do meio político contra atos desta natureza. “Violência política no Brasil, violência política na Argentina. É preciso dar um basta a tudo isso. As lideranças devem recriminar essas atitudes. Ainda bem que a arma falhou. Que tristeza! Reafirmo minha posição pela paz na política, pela paz nas eleições”, pontuou a presidenciável.
A senadora Soraya Thronicke (União Brasil), que no debate da Band chegou a pedir reforço de sua segurança ao tecer críticas ao presidente Jair Bolsonaro, também lamentou o incidente na Argentina e afirmou que sua preocupação com a violência política “não é exagero”. “Não podemos subestimar do que o ódio é capaz. Na campanha de 2018 usei colete a prova de balas e termino esta 5ª lamentando o atentado contra Cristina Kirchner, vice-presidente da Argentina. Que Deus olhe por nós”, declarou.
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