O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (27), em Lisboa (POR), que para o Brasil o pior momento da inflação já passou. “Os últimos dois números [de inflação] acho que foram pela primeira vez dentro da expectativa”, argumentou. “A gente acha que o pior momento da inflação no Brasil já passou, temos algumas medidas desenhadas pelo governo que precisamos entender qual será o efeito”.
Campos Neto participa do Fórum Jurídico de Lisboa. Embora acredite que a fase mais difícil tenha sido superada, o presidente da autoridade monetária não descarta nova alta da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no começo de agosto. A taxa básica está fixada em 13,25% ao ano e, em ata, o comitê projeta novos aumentos.”O Brasil tem uma memória de inflação muito maior e mecanismos de indexação muito mais vivos, isso denota uma preocupação maior para o Brasil”, avalia.
Sobre os aumentos de preço da Petrobras, o presidente do BC defendeu que o governo deve olhar para as classes de renda menor, “mas a gente não pode desviar das práticas de mercado”, destacando que é o mercado quem produz energia e alimentos ainda que estes sejam os principais vilões da pressão inflacionária. No evento na capital portuguesa, Campos Neto também comentou os dados sobre desemprego e o PIB. Sobre a atividade econômica, o Executivo destacou que o país está tendo revisões do PIB para cima. Campos Neto espera um “resultado forte” no segundo trimestre, mas desaceleração no segundo semestre. Entre janeiro e março, o PIB brasileiro variou 1%. Fonte: Reuters/CNN Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil