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UNIÃO BLOQUEIA MAIS DE R$ 37,3 MILHÕES DE UNIVERSIDADES FEDERAIS BAIANAS

Redação - 01/06/2022 08:55

Seis universidades e dois institutos federais da Bahia estimam perdas de R$ 37,3 milhões após o bloqueio de R$ 3,23 bilhões anunciado pela União. O Instituto Federal da Bahia é o que teve o maior bloqueio e cerca de R$ 12,6 milhões deixarão de ser investidos nos 22 campi da instituição, caso o corte seja definitivo. Isso impossibilita o funcionamento do Ifba após o mês de setembro deste ano, segundo o pró-reitor de Ensino Jancarlos Lapa.  A Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) informou que o bloqueio representa R$ 6,6 milhões, o que também inviabiliza o funcionamento da instituição.

“O bloqueio tem um impacto muito crítico. No exato momento em que saímos de uma pandemia e iniciamos o processo de atividades presenciais, nos deparamos com uma notícia como essa. A nossa projeção inicial é que se o corte se mantiver, só conseguiremos funcionar até o mês de setembro”, afirmou o pró-reitor do Ifba. “Caso o bloqueio se concretize, nós entraremos em colapso, porque não teremos condições de cumprir os contratos já estabelecidos até o final do ano. Só teremos condições de funcionar até o final de setembro ou início de outubro”, declarou Fábio Josué Souza, reitor da UFRB em entrevista ao Jornal Correio. O dirigente espera que a sociedade possa se mobilizar a favor do desbloqueio das verbas.

“A situação é insustentável e não vemos outra alternativa a não ser mobilizar a sociedade e os parlamentares para que a gente possa ter reversão desse bloqueio e liberação do orçamento”. Para tentar reverter o quadro e garantir o funcionamento das instituições, o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes), Marcus Vinicius, vai viajar para Brasília hoje. “Teremos reunião com o ministro da Casa Civil e estamos trabalhando com o Congresso Nacional para tentar sensibilizar os parlamentares a nos ajudar a buscar uma solução. Em última instância, estudamos a possibilidade de uma ação judicial”, diz.

Em nota, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) informou que o bloqueio representa 25,1% do valor total disponível para este ano, de aproximadamente R$ 26 milhões. Isso significa que cerca de R$ 6,5 milhões deixarão de ser investidos na universidade em 2022. De acordo com a Ufba, o valor corresponde a quatro meses de gastos com pagamento de contratos continuados, que incluem segurança, limpeza, transporte e assistência estudantil.

O corte das verbas para a Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), também vai custar caro. O bloqueio significa perda de R$ 3,64 milhões no orçamento, que deve impactar em contratos já firmados pela universidade. Em nota, a instituição reforçou que acredita que o bloqueio não será desfeito. “O bloqueio compromete todo o planejamento para 2022 e deve ser encarado como corte, pois, não se vislumbra qualquer sinalização de liberação futura”.

O IF Baiano informou que o contingenciamento prejudica a disponibilidade orçamentária da instituição em cerca de R$ 8 milhões. Em nota, afirmou que buscará saídas para “reduzir os impactos e prejuízos que a ação trará, tendo em vista que o bloqueio ocorre nos recursos destinados ao funcionamento da instituição”. A Universidade Federal do Sul da Bahia (Ufsb), Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) não responderam à reportagem até o fechamento da edição, às 23h.

Foto: divulgação

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