O dólar recua 1,33%, cotado a R$ 4,809, por volta das 10h19 desta segunda-feira (23), perdendo força em relação a outras moedas em meio a uma redução na aversão a risco por parte dos investidores, o que favorece mercados considerados mais arriscados, caso do Brasil.
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,95%, cotado 109.522 pontos, puxado para cima principalmente pelas ações ligadas a commodities, caso do minério de ferro – que fechou novamente em alta na bolsa chinesa – e do petróleo, que segue na casa dos US$ 110.
O otimismo ganhou força na sexta-feira (20), depois da China anunciar um corte de juros maior que o esperado para estimular a economia. Junto com a expectativa que os lockdowns no país serão encerrados nas próximas semanas, o movimento aliviou temores sobre uma recessão global, animando os investidores.
Além disso, uma economia chinesa estimulada representaria uma demanda maior por commodities, fazendo os preços desses produtos subirem. O cenário gera uma busca de investidores por grandes produtos, como o Brasil, com um fluxo de investimentos que favorece tanto a bolsa de valores quanto o real.
Nesta sessão, o Banco Central fará leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022.
Na semana anterior, o dólar caiu 3,69%, o pior desempenho semanal desde 25 de março, encerrando aos R$ 4,871. Já o Ibovespa subiu 1,46%, no segundo avanço semanal consecutivo, aos 108.487,88 pontos.
Pessimismo global
O instigador mais recente da aversão global a riscos foi a alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Junto com uma série de elevações de juros pelo mundo, os lockdowns na China para tentar conter a Covid-19 aumentaram as projeções de uma forte desaceleração econômica, e até risco de uma recessão global, prejudicando os mercados e aumentando a aversão a riscos de investidores.
O crescimento das exportações chinesas chegou a desacelerar a um dígito, nível mais fraco em quase dois anos, enquanto as importações mal mudaram em abril, ampliando as preocupações.
Entretanto, com a perspectiva de que essas restrições possam ser retiradas entre maio e junho, a expectativa é que a demanda chinesa retorne aos níveis anteriores, o que voltaria a favorecer exportadores de commodities e alivia uma parte das pressões sobre o real.
*Com informações da Reuters
Fonte: CNN
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