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COMO PROTEGER SEUS INVESTIMENTOS NO CENÁRIO ATUAL?

Redação - 19/03/2022 10:40

Ontem o COPOM, em sua 245ª reunião, decidiu novamente aumentar a taxa de juros, entretanto, mantendo o racional do último comunicado, elevando a SELIC em um ritmo menor em relação à última reunião. O início inesperado de uma guerra entre Rússia e Ucrânia teve um forte impacto nos preços das commodities, tanto de energia como o petróleo e gás, quando as agrícolas. Tais impactos estão pressionando revisões de alta para a taxa de inflação deste ano e como as sanções econômicas podem impactar o crescimento econômico nos próximos meses.

Por essa ótica, existe uma possibilidade de que os próximos dados de inflação venham pressionados, principalmente para bens industriais e alimentos, pressionando o IPCA esperado para 2022 e, em menor escala, para 2023. Diante da volatilidade recente e do impacto sobre as projeções de inflação, principalmente a ativos sensíveis como o petróleo, cotado em dólares, o COPOM reviu seus modelos de inflação e a projetam em 6,3% para 2022 e 3,1% para 2023.

Também foi ressaltado que existem diversos cenários para a inflação, com fatores de risco que podem impactar em ambas as direções. Pode haver, por exemplo uma reversão parcial dos choques ocorridos nos preços das commodities, produzindo uma trajetória de inflação abaixo do cenário base. Por outro lado, políticas fiscais de incentivo a demanda podem impactar os preços dos ativos.

Diante de todos esses pontos e cenários, o comitê decidiu por unanimidade, elevar a taxa de básica de juros em 1,00 ponto percentual, para 11,75% a.a. O comitê entendeu que essa decisão reflete as incertezas em torno do cenário de inflação e mantém os esforços para convergir a inflação para as metas ao longo de um horizonte de tempo maior. Para a próxima reunião, o COPOM já antevê um outro aumento de mesma magnitude, ou seja, devemos ter mais um aumento de 1,00 ponto percentual, elevando a taxa para 12,75% a.a.

Diante de todo esse cenário que tem sido desenhado pela dinâmica geopolítica, com os aumentos do desequilíbrio no relacionamento entre nações, o retorno da COVID na China, causando novos lockdowns em importantes centros industriais e portuários, entendemos que a trajetória de juros, além do já antecipado pelo COPOM, pode se agravar ainda mais. Trabalhamos com uma taxa SELIC ao final de 2022 de 13,75% a.a., ou seja, esperamos que ocorra ainda 2,00% de aumento na taxa.

Nesse sentido, como o investidor pode proteger seus investimentos?

Com juros no patamar atual e, com a maioria dos produtos bancários indexados ao CDI, voltamos a ter retornos próximos de 1% ao mês em títulos pós-fixados. É possível encontrar oportunidades ainda maiores em títulos pré-fixados, mas pelo fato das taxas serem acertadas no início da operação, existe um risco de uma maior escalada da guerra e um impacto ainda maior nos preços das commodities e cadeias de produção. Nesse sentido, para o investidor conservador, sugerimos buscar ativos pós-fixados, que podem se beneficiar de futuros aumentos. Já para o investidor mais arrojado, existe bastante oportunidade na bolsa de valores, com empresas muito descontadas em relação ao seu valor justo e com possibilidades de retornos atrativos no longo prazo.

De toda forma, sempre é importante buscar o auxílio de um especialista que poderá indicar uma alocação estratégica mais eficiente para os próximos semestres, com menor volatilidade para aqueles que buscam menos risco e com maior exposição a ativos de bolsa para aqueles investidores mais arrojados.

Andressa Bergamo tem graduação em Administração de Empresas, Pós-Graduação em Economia e Finanças e é sócia-fundadora do escritório de assessoria financeira AVG Capital. Luciano Boudjoukian França (CFP®?) é economista pela FEA-USP, Pós-Graduado em Finanças, Mestre em Economia pelo Insper, sócio-fundador e gestor da Avantgarde Asset Management.

Foto: divulgação

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