O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu o ritmo de alta da Selic. Ainda assim, o juros subiu 1 ponto porcentual, de 10,75% para 11,75% ao ano, o maior nível desde abril de 2017 (12,25%), ou seja, em cinco anos. Nas últimas três reuniões, o BC havia elevado a taxa em 1,50 ponto porcentual.
A decisão desta quarta-feira, 16, foi a nona alta consecutiva da Selic – após a taxa chegar à mínima histórica de 2% – acumulando 9,75 pontos de ajuste. A decisão era esperada pela maior parte do mercado financeiro. Havia ainda uma estimativa de elevação de 0,75 pp, a 11,50%.
No Copom de fevereiro, o BC havia indicado a intenção de reduzir o ritmo de alta dos juros básicos, citando o estágio avançado do ciclo. Mas a reviravolta causada pela invasão da Ucrânia pela Rússia embaralhou o cenário, com fortes efeitos inflacionários também no Brasil, a exemplo do megarreajuste dos combustíveis.
Juro real
Com os nove últimos aumentos da Selic, o Brasil se consolidou como sede de uma das maiores taxas de juros reais (descontada a inflação) do mundo. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em 7,10% ao ano. O País possui o segundo juro real mais alto do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes.