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BRASIL SÓ TEM ESTOQUE DE FERTILIZANTES ATÉ JUNHO

Redação - 14/03/2022 06:41

A guerra entre Rússia e Ucrânia traz diversos impactos na política e economia mundial. Quando se trata do Brasil, uma das maiores preocupações é o agronegócio, visto que um dos segmentos diretamente afetados pelo conflito é o de fertilizantes. De acordo com a previsão da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o país só tem estoques do insumo para os próximos três meses (até junho).

Nesse cenário, para minimizar os danos aos produtores baianos e procurar soluções para o possível problema: a falta de fertilizantes, a Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura da Bahia (SEAGRI) montou um grupo de trabalho para tratar do tema. Na última quinta-feira, a entidade realizou o webinário  Possíveis impactos do conflito Rússia/Ucrânia no agronegócio do Brasil e da Bahia – Caminhos e ações pertinentes.

A articulação é motivada pelo Brasil ser o maior importador de fertilizantes do mundo e ter a Rússia como responsável por exportar cerca de 23% dos fertilizantes químicos em 2021, o que equivale a mais  de 9,2 milhões de toneladas do produto. Isso de acordo com o levantamento do Comex Stat, portal do Ministério da Economia que traz dados sobre o comércio exterior.

Diretor-executivo da Anda, Ricardo Tortorella conta que a produtividade do agronegócio brasileiro cresceu nos últimos 30 anos e esse fato está atrelado ao maior uso de fertilizantes no decorrer desse período.  Segundo o executivo, o Brasil tem uma alta dependência externa do produto, importando mais de 80% do insumo. O principal fertilizante do qual o país é dependente é o potássio, mineral cuja produção nacional é de 5% , e a Rússia é o segundo maior produtor.

“A Rússia é muito importante no mercado mundial de fertilizantes. É o segundo maior produtor de nitrogenados e o quarto de  fosfatados.  Em 2020, produziu 19,6 milhões de nitratos de amônio, fertilizante que o Brasil importa cerca de 1,2 milhão de toneladas por ano. Desse montante, 1 milhão vem da Rússia. Temos uma forte dependência dos fornecedores russos. A nossa maior preocupação é o cloreto de potássio, uma vez que importamos 3 milhões de toneladas da Rússia”, esclarece Ricardo durante o webinário.

Foto: divulgação

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