O preço da gasolina não para de subir em Salvador. Mesmo sem a Petrobras não promover nenhum reajuste no preço dos combustíveis, a gasolina está pesando ainda mais no bolso dos consumidores baianos. Nos postos de Salvador, o litro do produto já está sendo vendida por até R$ 7,30. O motivo para esta alta, segundo os representantes do setor, é o risco de desabastecimento provocado por a Petrobras não conseguir atender todos os pedidos feitos pelas distribuidoras para o fornecimento de combustíveis.
Para lidar com o problema, de acordo com Walter Tannus, presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado (Sindicombustíveis), as distribuidoras estão tendo que importar gasolina mais cara e o preço é passado para os postos, que decidem se repassam ou não o valor a mais para o consumidor. “É uma decisão empresarial. Alguns seguram o preço até quando podem e outros precisam repassar”, explica em entrevista ao Jornal Correio.
De fato, de acordo com o aplicativo Preço da Hora, na tarde dessa terça-feira (30), ainda haviam 17 postos de combustíveis na Região Metropolitana de Salvador (RMS) vendendo gasolina pelo preço anterior ou até abaixo. A maioria, no entanto, já tinha atualizado os valores para, em média, R$ 6,93. “As distribuidoras importam combustíveis e, segundo elas, o produto chega mais caro do que é o da Petrobras. Quando chega no final do mês, a situação se agrava, pois o estoque está baixo e eles precisam acelerar a importação. Aí o preço só aumenta”, relata Tannus.
Sadi Leite, diretor executivo do Sindicato das Distribuidoras de Combustíveis do Estado da Bahia (Sindicom), reforça essa justificativa. “A Petrobras informou para as distribuidoras que não ia conseguir ofertar a quantidade de pedidos e, realmente, o mercado tá tendo que se valer da importação. Hoje, a gasolina importada é de R$ 0,10 a R$ 0,20 mais cara, no geral”, afirma. Somado esse custo extra com impostos que incidem sobre a importação, o preço da gasolina é ainda mais encarecido, o que justificaria o valor de R$ 7,30 no litro encontrado na segunda. A situação é tão séria que alguns representantes das distribuidoras chegaram a alertar para o perigo de acontecer desabastecimento de combustíveis.
A Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Bicombustíveis (Brasilcom) chegou a divulgar uma nota alertando do perigo.“As reduções promovidas pela Petrobras, em alguns casos chegando a mais de 50% do volume solicitado para compra, colocam o país em situação de potencial desabastecimento, haja vista a impossibilidade de compensar essas reduções de fornecimento por meio de contratos de importação, considerando a diferença atual entre os preços do mercado internacional, que estão em patamares bem superiores aos praticados no Brasil”, disse.
Sadi Leite é mais cauteloso e afirma não haver risco de desabastecimento. “Não existe nenhuma possibilidade, em parte por causa da importação e em outra porque a Petrobras vai ter que se virar para atender, pelo menos, os clientes que tem contrato. Ela não vai deixar faltar produto”, confia.
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