segunda, 25 de novembro de 2024
Euro 6.1087 Dólar 5.8319

BOLSONARO FAZ MAL TAMBÉM PARA A ECONOMIA, DIZ THE ECONOMIST

Redação - 12/11/2021 08:30

A revista inglesa “The Economist” publica artigo hoje em que afirma que o presidente Jair Bolsonaro faz mal “não só ao meio ambiente, aos direitos humanos e à democracia, mas também à economia brasileira”. O texto recupera promessas feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, em setembro de 2019, de ajuste fiscal e narra o papel do ministro agora, ao lado do presidente, de conduzir o Brasil “ao retorno à incontinência fiscal”. É uma referência à aprovação da PEC dos Precatórios e à distribuição a parlamentares aliados de dinheiro de emendas de relator, que não têm transparência para fiscalização.

“Guedes está ajudando na ação do governo, feita por baixo dos panos, de burlar o teto constitucional de despesas públicas, estabelecido em 2016, que foi um passo crucial para disciplinar as finanças do país”, diz a “The Economist”. O artigo destaca a volta no Brasil de problemas econômicos como a inflação crescente, os altos juros e o baixo crescimento, além de citar a debandada de quatro secretários de Guedes no mês passado.

Em 1º de novembro, o jornal inglês “Financial Times” publicou editorial em que analisava que “as falhas de Bolsonaro vão muito além da pandemia”. A publicação afirmava que a ameaça mais poderosa às esperanças de reeleição de Bolsonaro poderá ser econômica. Agora, a “The Economist” detalha essa avaliação. A revista lembra o papel de fiador da candidatura de Bolsonaro que Paulo Guedes executou nas eleições de 2018. Bolsonaro era, narra a “The Economist”, um “ex-militar da extrema direita que nunca havia mostrado nenhum interesse na economia liberal”. Os avanços promovidos por Guedes se restringiram, diz o texto, à economia com aposentadorias (reforma da Previdência), independência ao Banco Central e simplificações regulatórias.

O interesse em reformas foi substituído por movimentos atropelados de Bolsonaro por dinheiro para comprar apoio político e popularidade, afirma o artigo, que cita a PEC dos Precatórios como capaz de disponibilizar ao governo R$ 100 bilhões para o próximo ano.

Parte desse dinheiro será usado para criar o Auxílio Brasil – “mais complexo e incerto do que o Bolsa Família” – e outra grande quantia de dinheiro vai para causas “menos nobres”: “Financiar emendas de um orçamento sem transparência, que concede contratos públicos superfaturados para parlamentares em troca do apoio deles a Bolsonaro”. Trata-se das emendas de relator e do “orçamento secreto”. A execução dessa modalidade de emendas está suspensa desde a semana passada por decisão liminar da ministra Rosa Weber, Supremo Tribunal Federal (STF), que foi referendada pela maioria da Corte nesta semana. Essa ação do governo de aumentar gastos públicos para satisfazer parlamentares, que não é “nem redistributiva nem eficiente para superar os gargalos que impedem o crescimento do Brasil”, registra a “The Economist”.

Foto: divulgação

Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.