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JORNAL A TARDE – ARMANDO AVENA:  PRAIA DO FORTE: UM ATAQUE AO PARAÍSO

Redação - 24/09/2020 07:31 - Atualizado 24/09/2020

Praia do Forte, um dos mais importantes destinos turísticos da Bahia, está sofrendo um ataque desferido pela da falta de planejamento da Prefeitura de Mata de São João e pela especulação imobiliária. Sem ter um plano diretor urbano para dar racionalidade às suas ações, a prefeitura pretende, ao que parece, implantar  um centro comercial e de serviços, acoplado a grandes condomínios, na entrada de Praia do Forte. Tudo começou quando  a prefeitura permitiu a construção de um supermercado e um posto de gasolina na entrada da vila. De repente, sem qualquer planejamento, vários equipamentos do poder público foram construídos no entorno do supermercado, inicialmente um complexo policial e depois um centro de convenções.

Mas a prefeitura ampliou essa intervenção e agora construiu uma escola de ensino fundamental no entorno do supermercado e está construindo uma UPA – Unidade de Pronto Atendimento e uma policlínica no mesmo local. O impacto ambiental e urbano será enorme  e a escola e as unidades de saúde ficarão a quilômetros de todas as localidades da região – Açu da Torre, Malhadas, Campinas e outras –, mas bem perto do supermercado. Para que a população dessas localidades e da própria vila de Praia do Forte possam ter acesso a escola e ao posto de saúde terão de utilizar serviços de transporte que, naturalmente, logo aparecerão na região. E para viabilizar esse esdrúxulo projeto que coloca serviços de saúde e de educação longe da população e na beira de uma rodovia,  será necessário uma intervenção de porte na malha viária.

E o problema assume maior proporção quando se verifica que obra foi feita com base num acordo entre a prefeitura e uma empresa espanhola, aparecendo como contrapartida da construtora no processo que resultou na liberação da construção de um imenso empreendimento chamado La Laguna que já começou a desmatar a região.  A entrada da vila de Praia do Forte terá tanto movimento que será necessário a duplicação da pista e a construção de uma rotatória na altura da entrada do  condomínio La Laguna. O impacto ambiental já é visível, e fica a pergunta: por que construir escolas e postos de saúde fora da área urbana?

É nítido o desvirtuamento do projeto idealizado por Klaus Peter, cujo base era a proteção ao meio ambiente. E o mais grave é que neste momento outros empreendimentos imobiliários e intervenções viárias estão sendo liberados sem que a prefeitura, os órgãos estaduais e federais e o Ministério Público avaliem o real impacto na região. Praia do Forte precisa urgentemente de um Plano Diretor Urbano que possa ordenar a ocupação urbana, controlar a especulação imobiliária, preservar suas matas, suas praias e seu patrimônio para assim continuar sendo o mais charmoso destino turístico da Bahia.

                                        TURISMO NA BAHIA: BOAS NOTÍCIAS

O governo do Estado e a prefeitura de Salvador começam a ver resultados  na luta pela retomada do turismo. Segundo Fausto Franco, secretário estadual de turismo, os voos no aeroporto de Salvador, que chegaram a zero, já estão em 35% do que eram antes da pandemia e até dezembro chegarão a 50%. Já o secretário municipal de cultura e turismo, Pablo Barroso, confirmou que o Centro de Convenções já tem 7 eventos contratados até o final do ano. Ambos trabalham para ampliar o turismo interno e de eventos e acreditam na promoção: não cancele, adie! Ou seja, para o turista que comprou passagem antes da pandemia, é melhor remarcar sem custos do que cancelar e esperar um ano pelo ressarcimento.

                                                   ECONOMIA DOS VENTOS

A Bahia liderou produção de energia eólica no Brasil no 1º semestre de 2020, com 32% do total. Já são 172 parques  em 20 municípios do estado e os proprietários de terras passaram a ser  fazendeiros do ar, pois as empresas pagam para colocar torres nas fazendas. Nos próximos meses, serão implantados novos parques eólicos nos municípios de Jacobina, Ibitiara, Mirangaba e Campo Formoso, gerando mais de 9 mil empregos na fase de construção, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE). E os negócios seguem. A Omega, empresa líder em geração de energia renovável, comprou 50% das ações do Complexo Eólico Ventos da Bahia 1 e 2, em Bonito, um investimento de R$ 660 milhões.

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