Ivan Monteiro foi aprovado pelo conselho da Petrobras para ser o novo presidente da estatal nesta sexta-feira após o pedido de demissão de Pedro Parente é o atual diretor financeiro da companhia e braço direito de Parente. No entanto, Monteiro chegou antes do chefe à empresa, tendo sido trazido pelo presidente anterior da companhia, Aldemir Bendine, em 2015. Os dois trabalharam juntos no Banco do Brasil. E entraram na Petrobras com a saída de Graça Foster.
A missão de Ivan Monteiro era consertar os erros da gestão anterior. Começou a desenhar um plano para reerguer a empresa assim que assumiu. Segundo pessoas próximas, ele ficou surpreso com a bagunça na contabilidade da Petrobras e começou a corrigir coisas como a falta de provisionamento para possíveis dívidas. Após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o comando da Petrobras foi alterado. Saiu Bendine e assumiu Parente. Ele manteve Ivan Monteiro no cargo que tocou a recuperação da empresa sem necessidade de o governo injetar dinheiro público.
Em 2015, o Gloco mostrou que Monteiro alterou todo o planejamento tributário da Petrobras e deixou a contabilidade dos impostos devidos mais conservadora. A companhia deixou se arriscar com engenharias financeiras que poderiam resultar em disputas judiciais. Ele abandonou fórmulas sofisticadas de planejamento tributário que tinham sido a saída encontrada pelas gestões anteriores para lidar com a alta do preço internacional do petróleo no passado. Ao pagar menos impostos, a estatal não sacrificava o lucro e podia suportar o represamento dos preços da gasolina na gestão de Guido Mantega no Ministério da Fazenda.
Monteiro também coordenou a alocação de investimentos após a Operação Lava-Jato. Revisou o balanço impactado por perdas de R$ 88 bilhões pela corrupção. E também as primeiras captações feitas para salvar as finanças da empresa. Antes de ir para a Petrobras, Ivan Monteiro era vice-presidente de Finanças do Banco do Brasil. Era considerado um dos melhores na área pelo mercado financeiro.