A CPI da Pandemia de Covid-19 ouve nesta terça-feira (15) o ex-secretário de Saúde do Amazonas Marcellus Campêlo. Ele deve ser questionado, principalmente, sobre a crise do oxigênio no estado. Os requerimentos de convocação foram apresentados pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Alessandro Vieira (sem partido-SE).
Rogério pede que o ex-secretário esclareça os fatos “no tocante ao colapso da saúde no estado do Amazonas no começo do ano”, ao enfrentamento da pandemia pelo governo federal e à fiscalização da aplicação de recursos federais por estados e municípios no combate à pandemia. Já Vieira solicita que Campelo explique “todas as circunstâncias relativas ao colapso da saúde na capital amazonense no início do ano, especialmente com relação à falta de oxigênio e à atuação dos gestores públicos para a resolução da crise”.
A falta de oxigênio para pacientes internados com a Covid-19 em Manaus está no requerimento original da CPI da Pandemia, elaborado em janeiro pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), como um dos temas para a investigação. Marcellus Campêlo era secretário de Saúde do Amazonas durante a crise do oxigênio que atingiu o estado. No dia 2 de junho de 2021, ele foi preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Sangria, e cinco dias mais tarde pediu exoneração do cargo.
Segundo ele, a decisão foi tomada para facilitar ao máximo o acesso das autoridades aos documentos sobre contratos e decisões que tomou à frente do órgão e não restar dúvidas sobre sua conduta à frente da pasta. Em entrevista à CNN, o presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), avaliou que o ex-secretário tem muita coisa para esclarecer.
“Primeiro, as datas que o Amazonas ficou sabendo que faltaria oxigênio. Segundo, quando ele comunicou e pediu ajuda ao governo federal. Um diz que foi dia 7; outro dia 8, e o ministro diz que foi dia 10”, disse Aziz, acrescentando que também quer ouvir de Campêlo explicações sobre o aplicativo TrateCov e seu uso no Amazonas. Uma oitiva com o chefe direto de Campêlo, o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), estava marcada para a última quinta-feira (10). O gestor estadual, no entanto, obteve um habeas corpus — concedido pela ministra do STF Rosa Weber — e não compareceu ao Senado.
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