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FITCH MANTÉM PERSPECTIVA NEGATIVA PARA NOTA DO BRASIL

Redação - 27/05/2021 16:42 - Atualizado 27/05/2021

A agência de classificação de risco Fitch manteve negativa a perspectiva da nota da dívida pública brasileira. A decisão foi divulgada no início da tarde desta quinta-feira (27) e significa que a agência pode reduzir a nota do país nos próximos meses ou anos.

Desde maio do ano passado, a Fitch mantém o Brasil com perspectiva negativa. Atualmente, a agência concede nota BB- para o país, três níveis abaixo do grau de investimento, garantia de que o país não corre risco de dar calote na dívida pública.

Em comunicado, a agência informou que a perspectiva negativa decorre de riscos para a consolidação fiscal (reequilíbrio das contas públicas) e a possibilidade de atraso na recuperação econômica, o que torna mais difícil estabilizar a dívida pública no médio prazo. A Fitch também citou incertezas em relação ao avanço da pandemia de covid-19 no país e potenciais atrasos no processo de vacinação como fatores que reforçam a perspectiva negativa.

“As pressões dos gastos públicos persistem e suporte fiscal adicional para lidar com as consequências da pandemia não pode ser descartado. As contínuas fragilidades fiscais, assim como o encurtamento da dívida, tornam o Brasil vulnerável a choques”, destacou a Fitch no texto.

Além da alta necessidade de financiamento (grande necessidade de emitir títulos da dívida pública), o comunicado citou a rígida estrutura fiscal, o fraco potencial de crescimento e o cenário político difícil como fatores que afetam o avanço das reformas fiscais e econômicas. As informações são da Agência Brasil.

Apesar de listar riscos, a agência destacou que existem fatores que sustentam a manutenção da nota em BB-. O comunicado citou as elevadas reservas internacionais do país, a taxa de câmbio flexível e a renda per capita (renda dividida pelo número de habitantes) maior que a de outros países com economias semelhantes. No entanto, uma severa deterioração nas condições de empréstimo dos mercados doméstico e externo e uma grave diminuição das reservas internacionais poderão aumentar o risco de rebaixamento do país.

 

 

 

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

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