O Senai Cimatec e a Mineradora Tabuleiro estão desenvolvendo o projeto Terras Raras, iniciativa inédita que envolve tecnologia e inovação para tornar possível a exploração de minerais de terras raras na Bahia, antes inviável.
O projeto tem objetivo de estudar e desenvolver um novo conceito de extração de terras raras economicamente viável e sustentável no que diz respeito ao meio ambiente. Além disso, a empreitada pretende promover a produção técnico-científica de artigos com expressivo fator de impacto no campo acadêmico.
A Mineradora Tabuleiro é uma startup focada na pesquisa e viabilização extrativa de minerais críticos e especiais no estado da Bahia, com mais de 20 mil hectares de área por todo o estado. Os minerais em destaque nas pesquisas da empresa são o grafite, terras raras, barita, quartzo industrial, quartzo rutilado (gema), entre outros.
Com financiamento da Embrap II, o Senai Cimatec será responsável pelo desenvolvimento do projeto, por meio da estrutura técnico-laboratorial da instituição. As experiências bem-sucedidas do Senai Cimatec voltadas para indústria e mineração, algumas premiadas, como Petrobras e Nexa Mineração (ex-Votorantim), foram essenciais para essa parceria com a Mineradora Tabuleiro.
Segundo dados da United State Geological Service (2015), as reservas brasileiras de terras raras podem chegar a 3,5 bilhões de toneladas. Embora se posicione como o maior detentor de reservas de terras raras no mundo, o Brasil ainda possui uma produção baixa. A China desponta como maior concorrente do setor com 95% da produção mundial e dona de 37% das reservas conhecidas. O mercado mundial dos óxidos de terras raras é da ordem de US$ 5 bilhões ao ano.
A Mineradora Tabuleiro e o Senai Cimatec buscam viabilizar uma patente industrial própria e 100% nacional por meio da geração deste novo processo de metalurgia extrativa de beneficiamento de terras raras. “Estamos muito motivados para desenvolver uma rota tecnológica que permita o beneficiamento desse importante mineral a partir do minério brasileiro, com suas características e particularidades. Isso permitirá que, no futuro, a Bahia e o Brasil se tornem importantes investidores no mercado de terras raras, que certamente será um vetor do desenvolvimento tecnológico e industrial nas próximas décadas”, salienta gerente executivo de Negócios do Senai Cimatec, André Oliveira.
Depois de obter a licença para iniciar o processamento do mineral em solo baiano, a mineradora também pretende estender o uso da tecnologia desenvolvida a mineradores a cooperativas parceiros.
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