Em depoimento na CPI da Covid-19 no Senado, o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, afirmou nesta quinta-feira (3) que a empresa fez ao governo brasileiro ao menos cinco ofertas de doses de vacinas contra o coronavírus em 2020. As propostas, no entanto, não foram fechadas. Segundo o executiv , as negociações começaram em maio e, em agosto, foi feita a primeira oferta, com dois quantitativos disponíveis: 30 milhões e 70 milhões de doses.
Depois, o laboratório fez mais duas ofertas, em 18 de agosto e 26 de agosto. Nesta última também foram ofertadas 30 e 70 milhões de doses para entrega parcelada até o final de dezembro de 2021, mas o governo brasileiro ignorou a proposta, como mostrou a Folha no início de março deste ano. “Proposta de 26 de agosto tinha validade de 15 dias. Passados 15 dias, governo não rejeitou e nem aceitou a oferta”, relatou.
As duas ofertas previam que ao menos 1,5 milhão de doses chegariam ao Brasil em dezembro de 2020. Como a oferta foi ignorada, segundo Murillo, em novembro as negociações foram retomadas com mais duas propostas. Desta vez, só estava na mesa a possibilidade de compra de 70 milhões de doses e não havia mais a chance de alguma vacina da Pfizer chegar ainda em 2020.
Em 2021, a Pfizer voltou a fazer nova oferta em 15 de fevereiro deste ano. A proposta era de compra de 100 milhões de doses. Mais uma vez, o governo não fechou o acordo. Em 8 de março deste ano, segundo Murilo, foi feita nova oferta, semelhante à de fevereiro. O acordo foi para a entrega de 100 milhões de doses, sendo 14 milhões no segundo trimestre de 2021 e mais 86 milhões no terceiro trimestre.
Murillo disse que só ficou confiante com o fechamento do acordo para o fornecimento da vacina com o governo brasileiro no dia 19 de março deste ano, quando o contrato foi assinado.
(Com informações do jornal Folha de S. Paulo)