A definição do próximo conselho de administração da Petrobrás poderá passar por uma reviravolta. Depois de uma eleição muito tumultuada na segunda-feira, 12, na qual foram definidos os nomes de oito membros do colegiado, a petroleira poderá ser obrigada a reunir mais uma vez seus acionistas para que seja escolhido novamente o grupo.
Isso porque, o único eleito entre os candidatos representantes dos acionistas minoritários, o advogado Marcelo Gasparino, definiu que vai renunciar assim que tomar a posse, algo que está previsto para ocorrer até o final da semana. Pelas regras, quando um conselho é formado a partir do voto múltiplo, a renúncia de apenas um membro provoca a necessidade de um novo pleito para a escolha de todos eleitos por essa modalidade.
No sistema de voto múltiplo, cada ação da direito a tantos votos quantos forem os membros do conselho, e o acionista tem o direito de direcionar esses votos para um só candidato ou distribuí-los entre vários.
“Vou renunciar para que haja um processo mais justo na próxima assembleia”, afirmou Gasparino. Essa decisão, segundo ele, foi pensada no sentido de contribuir para o desenvolvimento da governança corporativa no País. Isso porque, segundo ele, a forma em que o sistema de voto a distância ocorre no Brasil quando se é estabelecido o sistema de voto múltiplo, dificulta a eleição de minoritários.
Isso ocorre por que os votos feitos por meio do boletim de voto a distância, instrumento muito utilizado por investidores estrangeiros, se tornam públicos antes da realização da assembleia. Isso permite, por exemplo, que acionistas controladores se organizem para dividir seus votos, criando, dessa forma, uma barreira para a eleição de minoritários, destaca.
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil