Mesmo com a crise causada pela pandemia, muitas famílias decidiram que 2020 seria o ano da casa própria. Neste período, o mercado imobiliário registrou um crescimento singular. As vendas de imóveis novos subiram 26% e o volume de crédito imobiliário avançou 58%. A redução da taxa Selic, para 2% ao ano, e a queda histórica do custo do crédito imobiliário foram os fatores determinantes para a mudança.
De acordo com o levantamento da Melhortaxa, plataforma que compara o custo dos financiamentos, as taxas médias estão abaixo de 7% ao ano. Entretanto, pela primeira vez em seis anos, o Banco Central decidiu aumentar a Selic. A taxa básica subiu para 2,75% ao ano, e com a previsão de mais aumentos. Segundo a Exame, economistas esperam que a Selic chegue perto de 5% ao final do ano.
Com a alteração da taxa básica, a dúvida que fica é em como o desempenho do setor imobiliário poderá ser afetado e o que isso representará para as famílias que planejam a compra de um novo imóvel. “As taxas devem subir, não só por causa da alta da Selic prevista para 2021, mas também por causa da mudança no comportamento dos juros futuros. O financiamento imobiliário é um produto de longo prazo, então os bancos olham para os próximos 10 ou 15 anos antes de tomar decisões”, diz Cristiane Portella, presidente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Para alívio dos compradores, a presidente da associação ainda afirmou que levará algum tempo para a alta da Selic interferir nas taxas cobradas dos novos clientes, o que deverá manter o setor aquecido. A Abecip prevê uma expansão de 27% no volume de financiamentos imobiliários em 2021.
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