O economista Armando Avena, que é professor da UFBA, defendeu em sua coluna na edição desta quinta-feira do Jornal A Tarde, a abertura das escolas na Bahia. Segundo Avena, os estudos demonstram que as escolas não são os principais agentes de contágio e, além disso, os jovens não podem perder mais um ano letivo, sob pena de um grave prejuízo para os indivíduos e o país.
“ Já há muitas escolas preparadas, e elas têm protocolos mais rígidos do que os shoppings centers que estão abertos há meses. Além disso, existe a possibilidade do ensino híbrido, ou seja, alguns dias as aulas seriam presenciais e outros via remota. Vários países já retomaram as aulas, pois a educação é a base do futuro. É um erro pedagógico e a culpa é das secretarias de educação que não estão sendo atuantes como as suas congêneres na área de saúde”, diz o economista.
Em relação ao argumento de que todas as escolas, públicas e privadas deveriam ser liberadas de uma só vez, por conta de uma suposta igualdade entre os alunos que podem pagar a escola e aqueles que não podem, Avena diz que este argumento é risível.
“ Esse argumento é pueril. Se for assim, o governo só deveria abrir os supermercados quando todos tivessem dinheiro para comprar, para assim impedir que qualquer pessoa passe fome. Na verdade, esse argumento é apenas para disfarçar a incapacidade das secretarias de Educação do estado e do município, que passado um ano, já deveriam estar com suas escolas prontas para a retomada”, diz o economista.
“Não há porque marcar um dia D e uma Hora H para todos os alunos. As escolas preparadas, públicas ou privadas, precisam retomar as aulas. E as secretarias de educação precisam investir naquelas que ainda não estão prontas, pois há recursos”, completa o economista.