Os lojistas da maioria dos shoppings de Salvador estão insatisfeitos com as administradoras e, embora não deem declarações por medo de represálias, as críticas são cada vez maiores. Cada shopping trata a questão de maneira diferente e alguns discutem coletivamente, mas a maioria negocia diretamente com os lojistas.
Á princípio o problema parece ser a cobrança do 13º aluguel das lojas em dezembro que, apesar de previsto contratualmente, é considerado absurdo num ano de pandemia em que as lojas ficaram fechadas por muitos meses.
Mas quando a conversa se amplia vem o verdadeiro temor: a aplicação do IGP-M para a correção dos contratos de locação. Se esse índice for aplicado o aluguel terá reajuste de cerca de 24% e os lojistas são unânimes em dizer que, tirando as grandes lojas, a maioria absoluta dos lojistas não sabe como arcar com tal custo. “Se não houver negociação muitas lojas vão fechar e o desemprego será grande”, afirmou um lojista que não quis se identificar.
O reajuste está previsto em contrato, mas os lojistas afirmam que o IPCA é que é inflação oficial do país e que a correção dos aluguéis pelo IGP-M vai quebrar empresas e gerar desemprego.
O IGP-M, medido pela FGV, tem 60% do seu índice composto pelos preços no atacado, que são influenciados pelo alta do dólar e pelo aumento dos preços de commodities agrícolas e minerais, que pouco tem a ver com a realidade dos lojistas.
O IPCA, que mede a inflação de preços ao consumidor e deve fechar o ano em 4%, seria mais adequado segundo os lojistas. Reportagem do jornal o jornal O Globo no último dia 2 mostrou que o problema não é só na Bahia, mas no Brasil inteiro.
Na reportagem a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) afirma que as vendas deste Natal foram 12% menores que as registradas em igual período de 2019, o que para os lojistas seria um motivo para a revisão tanto do 13º aluguel quanto o reajuste pelo IGPM.