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PORTO DA BARRA REABRE COM DESRESPEITOS AOS PROTOCOLOS DE SEGURANÇA E MUITA AGLOMERAÇÃO

Redação - 18/11/2020 07:12

O porto da Barra reabriu ontem para banhistas com uma série de protocolos a serem estabelecidos. Segundo reportagem do jornal correio, na areia, porém, só ambulantes e barraqueiros usavam máscara. Quase nenhum banhista fez uso do item de prevenção contra a disseminação do novo coronavírus enquanto estava fora da água. A reportagem não presenciou aglomerações. O não uso de barracas, cadeiras e sombreiros foi outra medida que não foi desrespeitada pela grande maioria dos presentes. Os poucos que levaram os objetos proibidos foram orientados por fiscais da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop).

Alegria de estar de volta

Ao justificar o porquê de não ficar mais nem um dia sem tomar banho de mar no Porto, banhistas ressaltaram a aura diferenciada do local e a importância dele para a rotina dos que sempre procuraram nesta praia o momento de descanso da rotina de trabalho e estudo. Priscila Oliveira, 30 anos, era uma das banhistas em estado de euforia. A autônoma falou que o retorno ao Porto foi maravilhoso. “A sensação de estar de volta é maravilhosa. Vir para uma praia que é tão especial, que eu frequento há anos, dá aquela esperança pra gente de ver algumas coisas voltarem ao normal. Eu sou apaixonada por essa brisa, por esse clima do Porto. Não consigo descrever, tô muito feliz”, disse Priscila, que aguardava com muita ansiedade a liberação da praia.

Outras que não conseguiram esconder a animação foram as amigas Jéssica Santos,  29, que é cozinheira, e Crislaine Alves, 24, que trabalha como atendente. As duas morrem de amores pela praia e não pouparam elogios na volta. “O banho de mar do Porto é todo diferenciado, as pessoas também. É um lugar de luz, tava morrendo de saudade”, afirmou Jéssica.  “É a primeira vez que venho para praia depois da pandemia. Só queria se fosse no Porto. Aqui, tudo é mais gostoso. O clima, a água. E o pôr do sol? Nunca vi um mais bonito”, completa Crislaine.

O técnico de enfermagem Marcos Paulo Ribeiro, 46, é outro que não quis perder a volta dos banhistas à praia e avisou: não vai ficar longe do local tão cedo. “Eu que não ia perder a reabertura de uma das melhores praias do mundo. Em toda oportunidade que eu tiver, vou estar aqui. Um lugar lindo desse faz muita falta no dia a dia de qualquer um que more aqui. Melhor praia de Salvador”, garante.

A professora Eunice Santiago, 27, concorda. Para ela, a praia do Porto da Barra fez uma falta muito grande no período em que teve o acesso proibido. “O Porto ter reaberto foi muito significativo pra mim. Mesmo com outras praias abertas, eu não tinha muita vontade de ir. Estava com muita saudade daqui. Tanto que, quando soube que ia abrir na terça, que é um dia útil, de trabalho, me preparei pra reservar pelo menos a manhã para estar aqui. Nesse lugar, a água é diferente, é calma. Até parece que o sol aqui é diferente, não tem energia igual”, falou.

E não foi só banhista que declarou seu amor ao Porto da Barra. Elmo Oliveira, 50, ambulante que trabalha no local há 30 anos, explicou a alegria de voltar para praia. “Eu passei minha vida toda aqui. É de onde eu tirei meu sustento. Pra mim, é um lugar muito especial. Só de pisar aqui, rever meus amigos ambulantes, encontrar o povo que sempre vem aqui, já vale a pena. Não precisa nem vender tanto”, conta Elmo, que vende caldo de sururu no Porto.

Barraqueiros contrariados

Apesar da fala de Elmo, nem todo profissional que ganha a vida com o funcionamento da praia do Porto estava contente. Afonso Martinez, 59, que é barraqueiro no local, disse que a volta acontece pela metade para ele, já que o lucro que tirava na praia era no aluguel de barracas. “A gente depende disso aqui. Voltar é bom, mas estamos sacrificados porque não permitem nem cadeira e nem sombreiro na praia. Isso derruba a gente. Posso dizer que 70% do nosso orçamento vem do aluguel de cadeira e sombreiro aqui na praia”, revelou Afonso, que prometeu voltar a conversar com a prefeitura para pedir a permissão para o retorno também das cadeiras e dos sombreiros.

Sidney Lemos, 47 anos, que trabalha há 28 anos como barraqueiro no Porto, também citou a dificuldade da ausência das cadeiras e sombreiros, mas ressaltou que a volta já é um passo para sair da maior crise que enfrentou no período que trabalha no local. “Claro que é positivo para nós que a praia volte a estar liberada para os banhistas. Tanto tempo com isso parado, sem ter renda, já é um alívio poder retornar. Não tá perfeito porque as barracas significam uma parte importante no nosso negócio, mas é um começo”, afirmou.A praia do Porto da Barra ficará aberta de terça a sábado. Além do Porto, as praias da Paciência e do Buracão, que estavam fechadas até então, também foram reabertas. As praias que já estavam com acesso livre também poderão receber banhistas aos sábado a partir desta semana.

Foto: divulgação / correio

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