O dólar comercial emendou hoje a quarta alta seguida e fechou com valorização de 2,18%, cotado a R$ 5,588 na venda —maior valor desde 26 de agosto (R$ 5,612). Ontem (22) a moeda norte-americana tinha subido 1,26%, vendida a R$ 5,468.
A alta do dólar no Brasil seguia a tendência da moeda no exterior, após anúncio de novas restrições relacionadas à covid-19 no Reino Unido, que desencadeou uma onda de cautela internacional com o impacto econômico do ressurgimento de casos da doença. No Brasil, analistas seguem apontando a deterioração das contas públicas como um fator de impulso para o dólar, com o risco fiscal somando-se à decepção com o atraso na agenda de reformas do governo de Jair Bolsonaro e às recorrentes tensões políticas em Brasília.
Além disso, o patamar atual da taxa Selic na mínima histórica de 2% ao ano, —nível próximo a padrões de países desenvolvidos – “não somente nos afasta do capital internacional que evita em partes a grande volatilidade que estamos observando neste momento, como (é incompatível) com o nosso quadro fiscal geral”, disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, em nota.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda de 1,6%, a 95.734,82 pontos. É o menor nível de fechamento em quase três meses, desde 30 de junho (95.055,82 pontos). Na véspera, o Ibovespa fechou em alta 0,31%, a 97.293,539 pontos. (Reuters e Uol)
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