O rendimento das famílias mais pobres do país em julho foi 24% superior ao habitual, por causa dos auxílios emergenciais pagos pelo governo federal. A informação é de estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta quinta-feira, 27.
O IBGE já havia mostrado que os auxílios emergenciais estão turbinando a renda dos brasileiros, especialmente dos mais pobres – nas faixas de renda menor, o peso de outras fontes no rendimento total, como aposentadorias e transferências de renda pagas pelo governo, é maior do que no caso das famílias de renda mais elevada.
“Pela primeira vez, o AE (auxílio emergencial) já representa uma parcela da renda maior que a diferença entre a massa efetiva e a habitual para a economia como um todo, principalmente devido ao fato de ter-se observado maior recuperação da renda entre aqueles mais duramente afetados. Entretanto, essas diferenças permaneceram expressivas e, portanto, ainda muito fortes para os trabalhadores informais e domicílios de renda muito baixa”, diz o relatório do estudo do Ipea, assinado pelo pesquisador Sandro Sacchet de Carvalho.
O efeito dos auxílios emergenciais foi tão forte que, na média nacional, o rendimento médio de todas as fontes, incluindo o pagamento extra por causa da pandemia, ficou em R$ 3.742,72 por domicílio em julho, 1% acima do rendimento médio habitual de todas as fontes sem o auxílio emergencial.
O estudo usou dados da Pnad Covid mensal de julho, versão especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada na semana passada. As informações são do site Terra e do IPEA.
Foto: Paulo Paiva/Agif – Agência De Fotografia