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COLUNA NO JORNAL A TARDE: ARMANDO AVENA – O NOVO GOVERNO BOLSONARO

Redação - 13/08/2020 06:50 - Atualizado 13/08/2020

Há um novo governo Bolsonaro e pouca gente se deu conta disso. Esse novo governo deu uma guinada política e econômica. Politicamente, Bolsonaro abandonou o estilo agressivo, eliminou as falas na porta do palácio, que geravam crises diárias, enquadrou os radicais bolsominions, aproximou-se do Centrão e deixou de bater de frente com o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal. É um novo Bolsonaro e sem essa mudança o destino de seu governo seria o impeachment.

No âmbito econômico, a mudança é maior ainda. Sai o arauto do liberalismo e entra o verdadeiro Bolsonaro que sempre foi contra as privatizações e sempre defendeu um estado nacionalista e forte. É por causa disso que o camaleão Paulo Guedes, que entrou no governo jurando reduzir os impostos, está mudando de pele e agora só fala em aumentar impostos. O Posto Ipiranga tornou-se Imposto Ipiranga e pretende recriar um imposto sobre movimentação financeira – que seja chamado como for é igual a CPMF – equadruplicar os impostos para o setor serviços. Guedes descobriu que o setor serviços gera 70% do PIB brasileiro e pôs o olho grande nele, sem se lembrar que o setor é composto de micro e pequenas empresas que não vão resistir  a esse aumento brutal.

O governo Bolsonaro está abandonando o viés liberalizante e é por isso que esta semana Salim Matar, empresário e dono da Localiza, abandonou o cargo de Secretário da Desestatização, afirmando que a privatização não está andando. E Paulo Uebel, responsável pelo projeto de reforma administrativa que diminuiria o tamanho do estado, pediu o boné. É a a oitava baixa na equipe do ministro Paulo Guedes, no que está sendo conhecido como “a debandada dos liberais”.

Além disso, o novo governo Bolsonaro tem dois novos programas que são a menina dos olhos do presidente e que podem atropelar Guedes: o Pró Brasil e o Renda Brasil.  O Pró Brasil é aquele programa que pretende agrupar obras de diversos ministérios, num total somado de R$ 35 bilhões, que será comandado pelos Ministros Braga Neto e Tarcísio de Freitas. O projeto é uma repaginação do famigerado PAC da presidente Dilma Rousseff e colocou Guedes e o ministro Rogério Marinho em campos opostos.  O outro projeto é o Renda Brasil, programa que Bolsonaro e sua equipe pretendem fazer surgir do auxilio emergencial da pandemia e que englobaria o atual Bolsa Família. Seria um bom programa se fosse feito com corte de gastos, mas tanto ele quanto o Pró Brasil estão sendo montados com base em aumento de imposto e descumprimento do teto de gastos. Em resumo: no novo governo, sai o liberalismo e entra o PAC e o Bolsa Família de Bolsonaro.

SALVADOR E A COVID

Há duas semanas atrás esta coluna afirmou: Salvador superou o platô e o número de casos e mortes por Covid-19 caiu significativamente. A afirmação era boa ciência, pois em vez de trabalhar com gráficos inúteis baseados na data de notificação do óbito, que incluem mortes ocorridas 30 dias atrás, a coluna utilizou apenas a data efetiva do óbito. Resultado: a média de óbitos por Covid-19 em Salvador despencou.  Agora o governo do Estado reconheceu a queda e pode-se ver a redução na taxa de ocupação das UTIs para 55%, o sistema de regulação zerado e os hospitais de campanha com baixa ocupação. Salvador venceu a 1ª batalha contra a Covid, mas não é para baixar a guarda. A guerra continua.

FLASHES DE BOAS NOTÍCIAS.

Apesar da pandemia, há boas notícias pairando no ar. O comércio varejista, por exemplo, comemora a nova data do “Black Friday”, que vai durar 11 dias e ocorre entre 3 a 13 de setembro. Já a agropecuária baiana comemora uma super safra. A safra de soja na Bahia está estimada em 6,0 milhões de toneladas e será a segunda maior da história. O comércio exterior baiano, começa a se recuperar e as exportações cresceram 1% em julho impulsionadas pelas compras da China e pelo câmbio favorável. O turismo baiano tá retomando e os voos para Porto Seguro pela Azul estão entre os mais procurados. E Salvador já tem bares, restaurantes e atrações abertas. Tudo, na base do protocolo.

Foto: divulgação

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