O primeiro trimestre deste ano foi marcado por uma redução de 31,7% no número de passageiros transportados no Brasil nos sistemas de metrô, trem e veículo leve sobre trilhos (VLT)por conta da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANP Trilhos), em relação à receita tarifária, o déficit registrado até a primeira quinzena de junho foi de R$ 3,3 bilhões. Na região Nordeste, a evolução negativa de -31,2% acompanhou a média nacional do mês de março.
Desde o início da pandemia o setor tem sofrido baixas. De acordo com o presidente da ANP Trilhos, Joubet Flores, em abril do ano passado as operadoras metroviárias transportaram cerca de 250 milhões de passageiros. Este ano, no mesmo período, pouco mais de 50 milhões de pessoas utilizaram os serviços. “Tivemos uma perda de demanda e, consequentemente, de receita perto de 80 % nessa época. Hoje em dia estamos gradativamente nos recuperando, com uma perda em torno dos 70%”, explicou o presidente da ANP Trilhos.
Para Flores, mesmo que as atividades voltem à normalidade, os prejuízos ainda devem perdurar, já que a retomada da utilização do serviço não será como antes. “Muita gente perdeu o emprego e a grande maioria das pessoas viaja para trabalhar. Além disso, muita gente que antes trabalhava presencialmente vai começar a trabalhar remotamente. Então, teremos que repensar este contexto”, disse.
Os números referentes às perdas do primeiro trimestre são menores quando comparados com os do segundo trimestre. De acordo com o presidente, isso ocorre porque apenas os 15 últimos dias do mês de março foram afetados pelas medidas restritivas impostas pela pandemia. Já os meses de abril, maio e junho, estão sendo considerados como os piores. “Desde a metade de março até o final de junho temos uma perda que chegou a 90% em algumas operações. Na média, até o mês passado foi em 79% de perda. Esse mês começou a subir e está perto de 70 % de perda”, disse. Do dia 16 ao dia 31 de março, a Bahia registrou uma redução de passageiros que chegou a 80%.
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