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PRESIDENTE DO PARAGUAI DEPÕE SOBRE NEGOCIAÇÃO COM ITAIPU

Redação - 12/08/2019 09:00 - Atualizado 12/08/2019

Durante cinco horas, o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, depôs ante três promotores que investigam uma ata que aparentemente foi assinada em segredo com o Brasil para a utilização da eletricidade da usina de Itaipu, em um negócio que seria prejudicial para o Paraguai. O documento foi rubricado por representantes dos dois países em 24 de maio passado em Brasília, mas em 1º de agosto o Paraguai o anulou de maneira unilateral, após o surgimento de uma grande polêmica que resultou em protestos, da população e de partidos opositores, e também a renúncia de várias autoridades paraguaias A chancelaria brasileira até o momento não aprovou essa revogação.

O tema se tornou controverso porque poderia prejudicar o Paraguai com a venda de energia excedente da usina para o Brasil Itaipu é compartilhada pelos dois países. “O presidente respondeu nossas perguntas, mas não podemos dar detalhes porque a investigação continua”, afirmou neste domingo a promotora Liliana Alcaraz em entrevista coletiva em uma sala da residência oficial do presidente em Assunção. Os demais agentes do Ministério Público – Susy Riquelme e Marcelo Pecci – confirmaram que o chefe de Estado colocou à disposição seu telefone celular para verificar as mensagens a diferentes funcionários sobre a assinatura da ata.

Itaipu foi construída em 1974 sobre o rio Paraná e tem 20 turbinas. A represa gera eletricidade desde 1984 e cada país é dono de 50% da produção. Como o Paraguai consome somente 16% dessa energia, tem a liberdade para ceder o excedente ao Brasil, que desde 2009 paga US$ 340 milhões anualmente. O acordo causou irritação no Paraguai porque a assinatura do documento implicaria que esse país perderia todos seus excedentes e, caso chegasse a precisar de parte dessa energia por, por exemplo, uma queda na produção, teria de comprá-la do Brasil, mas a um preço maior do que o vendeu.

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