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PREÇOS DE ALIMENTOS SOBEM NO PERÍODO DA PANDEMIA

Redação - 06/06/2020 11:40

Quem cuida de casa e vai com frequência a supermercado, feira, notou que nos últimos 60 dias “tudo subiu de preço”. O sentimento é geral. Não bastasse o arrocho nas finanças causado pela pandemia de coronavírus, o consumidor tem de enfrentar também a alta nos alimentos. A sorte é que amendoim e milho, duas estrelas da culinária junina, estão estáveis e já começam a ser vendidos em “litro” de R$ 5 a R$ 12 – a espiga a R$ 1 –, a depender da banca.

Segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), realizada em maio e divulgados ontem, os vilões da cesta básica com alta de preço médio em abril foram farinha de mandioca (15%), feijão-carioquinha (8%), arroz-agulhinha (5,2%), manteiga (4,5%), açúcar cristal (3,7%), café em pó (2,7%), óleo de soja (1,6%) e leite integral (1,2%).

Mas isso é número oficial – sem demérito – e desta vez coletado a distância, informou o Dieese. Por conta da crise sanitária, a instituição suspendeu a coleta presencial de preços feita nas 17 capitais, onde o levantamento é feito mensalmente, e realizou a tomada nos estabelecimentos que fazem parte da amostra regular da pesquisa desta vez por telefone, e-mail, internet e em aplicativos de entrega. “Problemas”, no entanto, obrigaram o Dieese reduzir e modificar a amostra original.

Entre as dificuldades, ausência de dados em sites, aplicativos; recusa dos funcionários dos estabelecimentos, atribulados pelo trabalho, em repassar os preços por telefone ou e-mail. De acordo com a supervisora técnica regional do Dieese em Salvador, Ana Georgina Dias, “apesar da quebra na amostra, os dados apurados revelaram tendências semelhantes de alta ou queda em todas as capitais, coerência que permite a divulgação das informações capturadas”, escreveu.

“É importante levar em consideração que as variações em relação a março devem ser relativizadas, uma vez que os preços médios dos meses de abril e maio são resultado não só da atual conjuntura, mas do fato de não ter sido possível seguir à risca a metodologia da pesquisa. Sem a coleta presencial, os preços podem estar subestimados ou superestimados, pois os dados captados na internet referem-se mais a grandes redes varejistas, que têm lojas online; nem sempre foi possível captar promoções nos preços dos produtos; e, caso de alguns produtos, [em que] foi preciso coletar o preço de marcas diferentes das habitualmente pesquisadas”, disse por e-mail.

Morador de Brotas, recém-casado, o especialista em logística Marcelo Campos, 31, queixou-se à reportagem que comprou quilo de feijão esta semana a R$ 9,90, para em seguida dar “graças a Deus” do preço do amendoim estar “bom este ano”. “São João vai ser em casa”. Titular da Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor na Bahia (Procon), Filipe Vieira disse que “monitora há algum tempo o controle do aumento abusivo de preços”, que notificou estabelecimentos e que a maioria “assumiu compromisso” de só reajustar [mercadoria] caso isso ocorra por parte dos produtores e/ou distribuidores”, falou.

Foto: divulgação

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