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PETROBRÁS PROJETA RECUPERAÇÃO DO PETRÓLEO

Redação - 26/05/2020 07:00

A Petrobrás projeta uma recuperação gradual do preço do petróleo nos próximos cinco anos, até voltar a pagar US $ 50 por barril – ou o dobro da cotação média projetada para este ano, de US $ 25 . Com um aprimoramento do cenário, deve cair também na dívida da empresa, de US $ 87 bilhões por US $ 60 bilhões , segundo presidente da empresa, Roberto Castello Branco , que ontem reiterou o foco de novos investimentos no pré-sal. Segundo ele, um diretor avalia os projetos viáveis ​​nesse período de crise. Alguns vão ser reestruturados para se adequar à cotação mais baixa do barril ( ontem, o tipo Brent custa US $ 35 ou barril ), outros vão ser suspensos e até mesmo cancelados.

Em meio à pandemia de novos coronavírus e há uma queda abrupta do preço da commodity , a Petrobrás reage com um corte de US $ 3,5 bilhões do seu investimento anual, que passou de US $ 12 bilhões por US $ 8,5 bilhões . Com o trabalho de revisão de ativos, a espera estatal define o que mais geram ganhos sobre o capital investido, que menos riscos e, ao mesmo tempo, sejam economicamente viáveis.

“Tem uma questão de alocação de capital. O que você prefere: investir em um campo de pré-sal que pode gerar um retorno real em torno de 15% ou investir em uma operação de varejo (vendas), que dá um retorno sobre o capital empregado de 6% a 7% ? O capital é escasso ”, afirmou Castello Branco, em entrevista virtual promovida pela Genial Investimentos.

O principal ativo da empresa hoje é o campo de Búzios, localizado no pré-sal da Bacia de Santos e comprado no ano passado no leilão de áreas excedentes da cessão onerosa . Esse reservatório é complementar a outro estatuto concedido em 2010, logo após a empresa descobrir o pré-sal e anunciar sua viabilidade técnica e econômica. Búzios é o maior campo já descoberto no mundo. Assim como esse, devem ser priorizados reservatórios de grande porte, baixo risco e custo de extração de petróleo próximo a US $ 3 por barril.

Uma empresa já anunciou o fechamento de pelo menos 62 plataformas no início de abril , com justificativa de retorno econômico da produção, onde estão instaladas não justificativas para a operação de recuperação. A maior parte está localizada em campos no solo, alguns deles já em fase de declínio e em águas rasas. Há também campos na Bacia de Campos , no litoral do Estado do Rio de Janeiro .

Muitos desses ativos já foram considerados inviáveis ​​pela empresa e foram incluídos no programa de privatizações. Mas, com uma crise, mesmo sem comprar à vista, foram desmobilizados. Também não é um radar para venda e, alguns casos, o fechamento de subsidiárias, principalmente as que são inadequadas para o perfil estatal – uma petroleira focada na exploração e produção de petróleo e gás, principalmente no pré-sal. Em fevereiro, foi anunciado o fechamento da atividade de fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná . A demissão de centenas de funcionários motivou a realização de uma greve pelos indicadores. Já a privatização completa da empresa foi descartada por Castello Branco.

“Comparando com outras operadoras, a Petrobrás foi bastante rigorosa no ajuste de ativos. Considera que essa será uma justificativa para focar no pré-sal e enxugar investimentos e gastos com empregados. Mas, se o preço recuperar, como alguns indicadores apontados, uma empresa poderá se reposicionar ”, afirma Luciano Losekann, especialista em petróleo e gás natural e professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Para ultrapassar a fase atual, uma empresa está custeando custos e dívidas. Contratos estão sendo renegociados com fornecedores, principalmente com o maior porte, que, segundo Castello Branco, têm maior capacidade de resistência à crise. Uma meta financeira para o ano, relativa à dívida, “é impossível de ser atingida”, declarada ou executiva na entrevista. A Petrobrás planejou fechar um ano com o mesmo compromisso de pagamento a credores de 2019, no valor de US $ 87 bilhões. Há uma expectativa de retomar as medidas de retração da dívida no início do ano que vem, mas isso dependerá do ambiente econômico mundial.

Foto: divulgação

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