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PARLAMENTARES, STF, ENTIDADES E AUTORIDADES REPERCUTEM SAÍDA DE MORO, VEJA AQUI

Redação - 24/04/2020 13:16 - Atualizado 24/04/2020

A saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça (Veja aqui) repercute entre parlamentares, entidades, STF, e autoridades. Na sua saída Moro atacou Bolsonaro afirmando que o presidente queria interferir na direção da Polícia Federal (Veja aqui).

Políticos da Bahia 

Rui Costa (PT) Governador da Bahia – O governador Rui Costa (PT) classificou como uma espécie de delação premiada o pronunciamento no qual o agora ex-ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro revelou a tentativa do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de ter acesso a relatórios de inteligência da Polícia Federal. “É uma confissão de que o presidente pretende cometer crime de responsabilidade. Alguém que vai substituir condicionar a nomeação de delegados, que são responsáveis por investigações, revelem tudo que está em andamento, pressupõe-se que, além de saber das notícias, ele [Bolsonaro] pode pretender também orientar ou interferir como devem ser feitas as investigações e contra quem devem ser feitas as investigações, inclusive estabelecendo perseguição a seus eventuais adversários políticos. ”, disse Rui Costa, no início da tarde, durante o Papo Correria, programa transmitido em suas redes sociais.(Veja aqui).

O deputado federal baiano Bacelar (Podemos): disse que o agora ex-ministro Sergio Moro relatou “uma série de crimes” durante o pronunciamento em que anunciou a saída do governo Jair Bolsonaro. “O ministro Sergio Moro faz gravíssimas acusações ao presidente Jair Bolsonaro. É uma série de crimes, coroados pela tentativa de interferir explicitamente em investigações da Polícia Federal. Jair Bolsonaro quer transformar o Brasil em uma nova Venezuela”, disse o parlamentar.

O senador pela Bahia Otto Alencar (PSD-BA): Otto declarou que as informações dadas pelo agora ex-ministro da Justiça Sérgio Moro sobre a interferências do presidente Jair Bolsonaro (Sem partido) são “gravíssimas” e que é necessário um inquérito contra o chefe do Executivo. Em entrevista a Rádio Metrópole, o parlamentar disse que “qualquer República que se respeita deveria abrir um inquérito para investigar” a fala de Moro. “O presidente da República quer é uma polícia que atenda os seus interesses exclusivos. Ele quer a Gestapo. Ele pode cometer os erros dele, os crimes, estimular a volta da ditadura militar e um golpe, mas o que me chama a atenção é que os oficiais do Exército não se manifestam contra essa situação. Chegou um ponto de gravidade que, não tem outro caminho a não ser a Câmara dos Deputados, se tiver altivez e coragem diante dessas denúncias do ex-ministro Sérgio Moro, abrir a investigação e a possibilidade do crime de responsabilidade do presidente”, afirmou Otto.

Magistrados, entidades jurídicas e de policiais

Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) – “A Lava Jato e a luta contra a corrupção simbolizaram uma sociedade que deixou de aceitar o inaceitável. E há pessoas que gostam mais e há pessoas que gostam menos do ministro Sergio Moro, mas o fato é que ele é o simbolo deste processo histórico. E, portanto, eu acho que isso revela, como fatos já vinham revelando, um certo arrefecimento desse esforço de transformação do Brasil.”

Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – “Tudo é muito grave, a interferência na Federal, reconhecida por Moro, não ocorreu nem no auge da Lava Jato. Claramente, por negar ao presidente acesso à informação de investigações que o próprio Bolsonaro tinha interesse, o diretor-geral foi substituído. Quadro muito grave, mais triste ainda que em meio à pandemia. Conversei com deputados, alguns falando em comissão de inquérito. Agora a OAB está analisando a fala do ministro Moro, até para avaliar possíveis crimes de responsabilidade.”

Fernando Mendes, presidente da Associação dos Juízes Federais (Ajufe) – “Causou-me surpresa a saída do Ministro Sérgio Moro do Ministério da Justiça e da Segurança Pública neste momento de crise. Apesar de o Ministério não ter relação direta com o trabalho do Poder Judiciário Federal, que é independente, esperamos que o próximo chefe da pasta mantenha uma política de Estado, focando nos grandes temas nacionais, como o combate à criminalidade organizada, à corrupção, ao enfrentamento do tráfico de drogas e armas, além de respeitar autonomia da Polícia Federal. Preocupa, principalmente, que o ministro tenha saído alegando alegando a tentativa de pressões políticas na autonomia da PF, o que é extremamente ruim para o Brasil.”

Associação Magistrados Brasileiros (AMB) – “Sua carreira na magistratura certamente contribuiu para levar ao Ministério uma visão ampla sobre o sistema de Justiça e a complexa realidade do Brasil. O Ministério da Justiça e Segurança Pública segue incumbido de lidar com importantes desafios, sobretudo neste momento de crise. Desejamos que o próximo ministro seja bem-sucedido nessa importante missão”, afirmou a associação.

Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) – “A Fenapef lamenta profundamente o pedido de demissão do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, e também a exoneração do Diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. A entidade entende que o ministro Sérgio Moro cumpriu seu papel com dedicação e comprometimento, garantindo a independência da Polícia Federal durante todo o período que ocupou o cargo. Com relação a Maurício Valeixo, havia uma situação de tensão que se arrastava desde 2019, com o anúncio de sua possível saída. Ainda assim, Valeixo, um profissional sério e dedicado à Polícia Federal, manteve seu compromisso com os policiais federais até sua exoneração. Para a diretoria da entidade, independentemente de quem ocupe o Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Direção-geral da PF, a Polícia Federal precisa manter sua linha de autonomia e independência nos trabalhos e investigação.”

Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef-PR) – “O Sindicato dos Policiais Federais do Paraná (Sinpef/PR) lamenta a exoneração do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e a demissão espontânea do ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ambas ocorreram nesta sexta-feira (24/4). Apesar de notícias que anteciparam os eventos, o sindicato considera as troca de comando precoce – tanto para as operações em andamento quanto para a reestruturação interna do Órgão. Essa última estava em fase de avaliação por Maurício Valeixo e sendo conduzida com dedicação e diálogo junto às entidades representativas.”

Governadores

Camilo Santana (PT), governador do Ceará – “Mais grave que a mudança no Ministério da Justiça, são os fatores alegados pelo ministro para essa mudança. Órgãos de controle e investigação como a Polícia Federal, devem estar blindados de interferências políticas e atuar sempre com autonomia e isenção, imprescindíveis numa democracia.”

Flávio Dino (PCdoB), governador do Maranhão – “Moro, infelizmente, confessa mais uma ilegalidade: pediu pensão ou algo similar pra aceitar um cargo em comissão. Algo nunca antes visto na história. E tal condição foi aceita ? Não posso deixar de registrar o espanto. O depoimento de Moro sobre aparelhamento político da Polícia Federal como base para o ato de exoneração do delegado Valeixo constitui forte prova em um processo de impeachment. Fico impressionado com a ingratidão de Bolsonaro. Ele jamais seria eleito presidente da República sem as ações do então juiz Moro.”

Helder Barbalho (MDB), governador do Pará – “O ministro Sergio Moro foi um grande parceiro. Com seu apoio, atravessamos crises e reduzimos a violência, que continua em queda histórica em nosso Estado. O país perde um colaborador da maior grandeza. Sucesso no novo desafio, continuaremos trabalhando pelo Pará e pelo Brasil.”

João Dória (PSDB), governador de São Paulo – “O Brasil perde muito com saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça. Moro mudou a história do País ao comandar a Lava Jato e colocar dezenas de corruptos na cadeia. Deu sinal de grandeza ao deixar a magistratura, para se doar ainda mais ao nosso País como ministro.”

Renato Casagrande (PSB), governador do Espírito Santo – “Saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça agrava muito a crise interna do gov Bolsonaro. A permanente instabilidade política mesmo em meio a pandemia fragiliza as instituições democráticas e mantém a angústia dos brasileiros. Gov Bolsonaro perde seu maior selo de qualidade. A S. Moro, obrigado pelo apoio ao ES.”

Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais – “Lamento profundamente a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça. Manifesto minha admiração por tudo que Moro representa ao país no combate à corrupção, seja como juiz ou ministro. O Brasil agradece o trabalho e dedicação daquele que trouxe mais esperança para o nosso povo.”

Ronaldo Caiado (DEM) governador de Goiás – “O @SF_Moro tem uma vida de grandes serviços prestados ao País na moralização e no combate à corrupção. Lamentável que essa situação tenha chegado a esse ponto.”

Wilson Witzel (PSC), governador do Rio de Janeiro – “Assisto com tristeza ao pedido de demissão do meu ex-colega, o Juiz Federal Sergio Moro, cujos princípios adotamos em nossa vida profissional com uma missão: o combate ao crime. Ficaria honrado com sua presença em meu governo porque aqui, vossa excelência, tem carta branca sempre.”

Parlamentares e partidos

Deputada Estadual Janaína Paschoal: Advogada que capitaneou o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), a deputada estadual Janaína Paschoal disse que está ao lado do agora ex-ministro Sergio Moro. Hoje, o ex-juiz deixou o governo Bolsonaro e o acusou de cometer crimes de responsabilidade. “Quero ver, agora, de que lado o PT vai ficar: do lado de Moro ou de Bolsonaro! Eu sempre estive e seguirei com Moro. Não por sermos amigos, sequer nos conhecemos pessoalmente, mas por tudo que ele fez pelo nosso país”, escreveu. “Por óbvio, pelo país, eu preferiria que o Ministro Moro ficasse. No entanto, compreendo suas razões e reitero meu incondicional apoio a ele. O Ministro provou todo seu valor na Magistratura e também na Pasta. Por breve período, o Brasil não teve um advogado do Presidente no MJ. Perde o Governo, perde o Brasil, mas ganha a verdade”, completou.

Alessandro Molon (PSB-RJ): deputado federal e líder do PSB na Câmara: “Está claro: Bolsonaro demitiu o chefe da Polícia Federal para frear as investigações que avançam sobre seus filhos. Ele nunca quis acabar com a corrupção. Bolsonaro só trabalha em prol da família dele e da reeleição, criando crise atrás de crise. E o Brasil? Continua sem governo. Bolsonaro apoiou sua eleição em Moro e Guedes. Com eles, vendeu a ilusão de que combateria a corrupção e melhoraria a economia. A saída de Moro mostra que o presidente não consegue sequer manter seus aliados próximos, imagine costurar saídas pra crise. Brasil sem direção!”

Carlos Sampaio: líder do PSDB na Câmara dos Deputados – “A demissão do Ministro da Justiça Sérgio Moro é uma sinalização muito ruim à sociedade, já que ele simboliza o combate à corrupção e era um dos auxiliares mais bem avaliados do presidente Jair Bolsonaro, segundo pesquisas. À frente da pasta, conseguiu reduzir de forma importante índices de criminalidade e implantar medidas relevantes de combate à corrupção. Sua saída não só é uma perda considerável ao governo e ao país, como pode indicar uma mudança preocupante na condução dos assuntos pertinentes ao Ministério da Justiça. É lamentável que o governo, em um momento de crise como este, perca um aliado de tamanha envergadura moral”.

Gleisi Hoffmann: deputada federal e presidente do PT – “Moro sai ainda menor do que entrou. O falso herói contra a corrupção protegeu os corruptos da família Bolsonaro e jamais defendeu democracia ameaçada pelo chefe. Sai humilhado depois de fazer o serviço sujo. Uma pergunta o perseguirá: Cadê o Queiroz, Sergio Moro?”

Joice Hasselmann (PSL-SP): deputada federal – “Dá vontade de chorar ao ver a coletiva de @SF_Moro. O PR @jairbolsonaro foi CANALHA com o ministro que representa o combate à corrupção. Bolsonaro TRAIU MORO TBM. Ele quer uma PF que cometa CRIMES, que passe informações sigilosas pra ele, que salve seus filhos da cadeia.”

Léo Moraes (Podemos-RO): deputado, líder do Podemos na Câmara – “Sergio Moro foi um verdadeiro titã e, pelos serviços prestados, já deixou marca inapagável na história institucional do país. O preço de uma sociedade mais justa é a luta permanente. Estamos certos que Sérgio Moro continuará esse bom combate, agora em outra esfera. De nossa parte, esperamos e estaremos atentos para que as mudanças não coloquem em risco os avanços obtidos e que o Brasil seja um país mais igual e justo.”

Partido Novo – “O combate à corrupção sempre norteou a atuação do NOVO na Câmara. Ter um profissional técnico e experiente como Sérgio Moro à frente do Ministério da Justiça dava tranquilidade à população brasileira de que este também seria um compromisso do governo. No entanto, a falta de autonomia para profissional do gabarito de Moro, reconhecido internacionalmente por conduzir a maior operação de combate à corrupção da história, a Lava Jato, é temerária. Quem perde com a saída de Moro da pasta é o Brasil.”

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