Pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), divulgada hoje, aponta que 75,2% dos inadimplentes, que tem contas em atraso a pelo menos três meses, sofreram o impacto das dívidas no padrão de vida – sendo 39,8% parcialmente e 35,3% totalmente. Isso explica por que seis em cada dez endividados (60,0%) estavam altamente preocupados com a situação de inadimplência em que se encontravam.
Não conseguir pagar a dívida (30,8%) é o principal temor dos endividados ouvidos no levantamento, seguido de não poder parcelar novas compras (13,8%), ser considerado desonesto (11%), não conseguir emprego (8,5%) e não poder fazer empréstimos (8,2%).
A situação de inadimplência é capaz até de tirar o sono dos endividados, literalmente: 42,8% relataram terem sofrido com insônia ou excesso de vontade de dormir e 32,3% apresentaram modificações no apetite, sentindo mais ou menos fome do que de costume.
Além disso, quatro em cada dez endividados (40,8%) procuraram se dedicar a atividades que os ajudassem a não pensar nos problemas advindos das contas em aberto, 28,2% aliviaram suas ansiedades em algum vício (como cigarro, bebida ou comida) e 24,7% acabaram comprando mais do que de costume – ou até perdendo o controle do consumo.
“Nem todos os consumidores conseguem lidar com a inadimplência de forma racional. Muitas vezes, a pessoa fica tão frustrada ao descobrir que está endividada que busca evitar lidar com a situação alimentando comportamentos negativos, como descontar em vícios ou até em compras excessivas. Esse tipo de atitude pode aumentar ainda mais as dívidas, gerando uma espécie de círculo vicioso e deixando o inadimplente em uma situação pior do que estava antes”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.