Depois da epidemia centralizada na China, o novo coronavírus Sars-CoV-2 conseguiu ultrapassar fronteiras e nesta terça-feira (10) já havia chegado a 109 países. Metade deles apresentou o registro do primeiro caso apenas neste mês de março. O vírus surgiu em dezembro de 2019, com primeiro relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 21 de janeiro.
Situação pelo mundo:
Jimmy Withworth é professor de Saúde Pública Internacional na Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, na Inglaterra. Em entrevista ao G1, ele analisou as medidas restritivas dos países. Segundo ele, os casos devem continuar crescendo no Brasil e no mundo nas próximas semanas. Ainda é cedo para fazer uma previsão de fim do coronavírus.
“Epidemias são diferentes em cada país, as circunstâncias das epidemias em diferentes países são diferentes, os governos precisam decidir qual é a melhor coisa a ser feita e o que será aceitável para a população. Muita transparência sobre o que está acontecendo, quantos casos existem e onde estão, é muito importante para controlar algo como isso”. Nesta segunda-feira (9), a Itália resolveu implementar uma quarentena em todo o país. Withworth acredita que em cerca de três semanas devemos ver se a medida será efetiva ou não.
“É uma parceria entre o governo e a população. E cada um precisa fazer sua parte. O governo não consegue fazer isso sem que as pessoas concordem. E as pessoas devem fazer porque protege elas mesmas, os amigos delas, as famílias delas, e a vizinhança”.
O professor avalia que é cedo para o Brasil e qualquer outro país da América Latina implementar uma medida tão restritiva, já que não há transmissão comunitária, quando as autoridades de saúde não conseguem rastrear de onde veio a contaminação. O caminho, segundo ele, é continuar detectando os casos e fazendo isolamentos locais.
“O Brasil está em um estado bem inicial. O país quantificou na semana passada 25 casos, e é país que tem mais casos na América Latina, mas também é o maior país em território, então isso não é surpreendente. Agora é hora de isolar os casos e investigá-los, enquanto ainda são poucos. É provável que continuem crescendo, ainda mais se o isolamento não for bem feito”.
Situação do coronavírus no Brasil
Foto: AP Photo/Antonio Calanni