Desde o início do governo de Jair Bolsonaro, 13 ministros utilizaram os jatos da Força Aérea Brasileira (FAB) para deslocamentos ao exterior. O campeão de uso é o chanceler Ernesto Araújo, que viajou 22 vezes, seguido de Ricardo Salles (Meio Ambiente), Osmar Terra (Cidadania), Tereza Cristina (Agricultura) e Fernando Azevedo (Defesa) – três viagens cada um. O uso das aeronaves para voos internacionais não está previsto na legislação. Isso porque o decreto que regulamenta o tema, de 2002, dispõe sobre o transporte de autoridades no País, e não menciona a possibilidade de viagens ao exterior. A interpretação, porém, não é consenso no governo e os aviões são constantemente utilizados para viagens para fora do Brasil.
Segundo a Aeronáutica, não cabe à instituição questionar os pedidos das autoridades, apenas julgar as prioridades. Além de ministros, têm direito a usar voos da FAB o presidente da República, o vice; os presidentes da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal; e os comandantes das Forças Armadas e do Estado-Maior. O secretário-executivo da Casa Civi, Vicente Santini, foi demitido por Bolsonaro nesta terça-feira (28), após solicitar o jato para ir a Davos, na Suíça, e depois se juntar à comitiva presidencial em Nova Délhi, na Índia. Neste caso, o que motivou a reação de Bolsonaro foi o fato de o então número 2 da Casa Civil requisitar um “voo particular”, enquanto outros ministros optaram por voos regulares, de companhia aéreas comerciais.
Uma viagem como esta, segundo cálculos de integrantes da Aeronáutica, não sai por menos de R$ 740 mil. O valor inclui, além do combustível, gastos com tripulação e manutenção da aeronave.
Foto: hiveminer.com