Os taxistas que circulam na capital baiana estarão autorizados a cobrar bandeira 2 a partir do 1º de dezembro, mas, conforme informou a Associação Geral dos Taxistas (AGT) nessa segunda-feira (18), a cobrança será facultativa, ou seja, nem todos os motoristas estarão rodando com a tarifa mais alta. A decisão ocorre pelo quarto ano consecutivo, quando a categoria mudou sua atuação devido a chegada dos aplicativos de transportes que ampliou a concorrência.
Em entrevista à Tribuna da Bahia, o presidente da AGT, Denis Paim, esclareceu que, mesmo sendo garantido por lei, “poucos serão os taxistas rodando na 2”. “Desde que os aplicativos entraram na cidade viemos abdicando da bandeira 2, mas de forma facultativa. Essa cobrança seria uma espécie de 13º salário para a categoria, porque nossas contas aumentam, como a de todos, e não temos férias. A cobrança é liberada, mas o passageiro tem o direito de perguntar se vai na 1 ou na 2. O taxista com certeza vai atender ao pedido do passageiro”, garantiu.
Segundo o porta-voz da categoria, a decisão de não cobrar bandeira mais cara representa quase toda a categoria. “Viemos informar logo com antecedência para esclarecer para o passageiro, para não reproduzirem que em dezembro vamos cobrar mais caro. Fizemos reuniões, conversamos com os taxistas e os auxiliares, essa é uma decisão acordada”, declarou.
Assim como nos anos anteriores, os taxistas que atuam em Salvador também devem abrir mão do reajuste salarial, que ocorre anualmente em janeiro. Se a decisão for confirmada, 2020 será o quarto ano consecutivo em que não haverá aumento. “Vamos fazer uma enquete a partir do dia 20 [quarta-feira] antecipar para ouvir o maior número de integrantes da categoria. São 7,2 mil taxistas e queremos que no mínimo 5 mil respondam a enquete. Essa pesquisa vai decretar o que a categoria decidir. Antes do final de dezembro a gente já vai a público para dar esse posicionamento, depois segue com o pedido para a Prefeitura de Salvador aprovar”, explicou.
“À Tribuna, o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Fábio Mota, reforçou que tanto a cobrança da bandeira 2 quanto o reajuste estão garantidos por lei, mas que, como em anos anteriores, a solicitação deverá ser atendida. “Eles têm pedido insistentemente para não dar aumento. A data-base é em janeiro, quando está autorizado aumentar, porém os taxistas estão vindo à Semob pedir para não conceder o reajuste, salientou.(TB)
Foto: Romildo de Jesus / Tribuna da Bahia