Um levantamento divulgado nesta quarta-feira (18) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que, embora o desemprego tenha caído e a massa salarial aumentado, o avanço da informalidade no mercado de trabalho fez crescer a desigualdade de renda no país nos últimos anos. De acordo com o Ipea, o índice de Gini da renda domiciliar do trabalho subiu de 0,514 no 4º trimestre de 2014 para 0,532 no 2º trimestre de 2019. Já para a renda individual do trabalho, o indicador saltou de 0,495 para 0,508 no mesmo período. O Índice de Gini é um indicador que monitora a desigualdade de renda em uma escala de 0 a 1 –quanto mais próximo de 1, maior é a desigualdade. “Esse aumento do Gini se deve à retomada da ampliação da desigualdade entre os extremos da renda”, afirmou o Ipea.
O instituto mostrou que, no 1º trimestre de 2019, a renda domiciliar do trabalho da faixa de renda alta era 30,1 vezes maior que a da faixa de renda muito baixa. No 2º trimestre, essa diferença aumentou para 30,5 vezes, “praticamente igualando o pico da série histórica (30,6) atingido no terceiro trimestre de 2018”. Ao comparar o rendimento médio por faixas de renda no 2º trimestre de 2019 com o mesmo período do ano anterior, o Ipea apontou que as duas faixas de renda mais baixas foram as únicas a apresentar queda, de -1,4%. Em contrapartida, o seguimento mais rico da população registrou, no mesmo período, uma alta de rendimento de 1,5%. A pesquisa considerou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho.(g1)
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