Pensar a economia azul em consonância com o meio ambiente foi um dos temas em destaque na programação do I Fórum Internacional do Meio Ambiente e Economia Azul, realizado nesta quarta-feira (14), no auditório do Senai Cimatec, em Salvador. Na ocasião, gestores e especialistas renomados de países como Estados Unidos, Portugal, Áustria, África do Sul e Gana, além de profissionais e estudantes da Bahia e de outros estados brasileiros, debateram sobre as possibilidades de transformar desafios em oportunidades desta temática.
De acordo com o secretário estadual do Meio Ambiente (Sema), João Carlos Oliveira, o Fórum tem o objetivo de transformar desafios em oportunidades. “Para se ter uma ideia, o ambiente marinho representa 40% do PIB europeu e nós temos uma área costeira significativa no Brasil, sendo mais de 3.300 quilômetros somente no Nordeste. A ideia é transformar um modelo de desenvolvimento que propõe mudanças estruturais, de forma a se basear no funcionamento dos ecossistemas, transformar problemas em oportunidades para criar eventuais soluções para a saúde humana, meio ambiente e a economia local”, ressaltou.
O Pró-Reitor de pós-graduação e pesquisa do Centro Universitário Senai-Cimatec da Bahia, Jailson Bittencourt de Andrade, endossou o discurso de Rui Costa durante o Fórum, sobre a importância das parcerias, principalmente do Nordeste, com a expertise de outras nações. E destacou alguns pontos de convergência na região que precisam ser potencializados, entre eles: “a promoção da pesquisa científica, básica e tecnológica; a formação e o fortalecimento de ambientes de inovação, baseado no uso sustentável da biodiversidade dos recursos naturais e de mais investimentos fundadores em infraestrutura, ciência e tecnologia” pontuou.
A discussão sobre como o Direito pode se integrar com a Economia Azul foi outro ponto colocado em debate pelo membro do Instituto Brasileiro de Direito do Mar (IBDMAR), Thiago Carvalho Borges, que alertou para alguns desafios, como rever conceitos tradicionais de normas jurídicas, se adaptando a inovação que a economia do mar sustentável propõe. Conforme o palestrante, que também é Doutor em Direito pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), “falta ainda ao Brasil uma institucionalização maior para a implementação da Economia Azul”, explicou.