Demorou quatro meses, ou três clássicos, mas enfim o Botafogo superou o “entalado” Fluminense em 2018. Depois de um 0 a 0 sem graça na Taça Guanabara e uma dolorida derrota por 3 a 0 na final da Taça Rio, o Alvinegro deu o troco no Campeonato Brasileiro: 2 a 1 (veja os lances no vídeo acima). Venceu e convenceu? Não. O time jogou muito mal e ganhou nos detalhes. O técnico Alberto Valentim ainda tem muito trabalho pela frente.
Os três pontos na conta do Botafogo no Brasileiro passam antes de qualquer coisa pelas luvas de seu ídolo, provando que um rei jamais perde a majestade. Cinco dias depois de ter falhado contra o Audax Italiano na Sul-Americana, Jefferson fechou o gol contra o Fluminense. Foram cinco defesas difíceis do goleiro, que tem recuperado a forma e mostrado que Gatito encontrará forte concorrência quando voltar de lesão.
O Botafogo venceu, mas passou longe de jogar bem. Especialmente no primeiro tempo, quando foi completamente envolvido pelo Fluminense. O domínio rival se dava especialmente por ganhar o meio de campo pela superioridade numérica. Kieza de ponta-esquerda não voltava para recompor, e Renatinho era forçado a dar cobertura a Gilson, mas não é a dele marcar. Valentim corrigiu os buracos na etapa final colocando Bochecha e jogando com três volantes. Mesmo mal tecnicamente, o Alvinegro conseguiu ter momentos de superioridade.
Aquela famosa lenda do futebol, de que ex-jogadores de um time fazem gol ao jogar contra o antigo clube, reapareceu no Botafogo x Fluminense. Kieza, que jogou nas Laranjeiras entre 2009 e 2010, e Lindoso, que defendeu o Tricolor entre 2011 e 2012, foram os artilheiros da noite que construíram a vitória alvinegra no Nilton Santos. O time ainda tinha em campo Igor Rabello, com passagem pelas categorias de base de Xerém.
O Botafogo voltou a sofrer com o chuveirinho no clássico: o gol de peito de Pedro após cruzamento de Marcos Junior, foi o 14º tomado pelo alto em 2018. Número que continua representando 50% das 28 vezes que foi vazado na temporada. Mas o fantasma da bola aérea desta vez mais ajudou do que atrapalhou: os dois gols saíram em jogadas de cabeça na grande área. Destaque para Marcinho, autor dos levantamentos precisos para os companheiros marcarem.