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CAIXA DESTINA 46% DO CRÉDITO À REGIÃO SUL

Redação - 06/08/2019 07:11

Mesmo depois da pressão do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, para destravar as contratações para governadores e prefeitos nordestinos, levantamento feito pelo Estadão/Broadcast mostra que as operações direcionadas para o Nordeste segue abaixo dos 10%, enquanto os valores aprovados para os governadores e prefeitos da Região Sul alcançam 46% dos novos empréstimos fechados pelo banco em 2019.

Do total de R$ 4,7 bilhões de operações que o banco fechou neste ano até segunda-feira, R$ 270 milhões foram para o Nordeste (o correspondente a 6%). A participação da região ainda está longe do desempenho em 2018 (21,6%) e 2017 (18,6%). Para os prefeitos e governadores do Sul, foram fechados R$ 2,6 bilhões em operações (46% do total). O Sudeste ficou com 35%, o Centro-Oeste com 7% e o Norte, com 6%.

Na semana passada, o Estadão/Broadcast revelou que a Caixa reduziu a concessão de novos empréstimos para o Nordeste neste ano, sob orientação de Guimarães, segundo fontes. Até a semana passada, antes dos questionamentos da reportagem ao banco estatal, o Nordeste só tinha conseguido R$ 89 milhões em menos de dez operações, 2,2% dos R$ 4 bilhões de até então. Após o banco ter sido questionado pela reportagem, Guimarães ordenou destravar operações, com o empréstimo de R$ 133 milhões para a prefeitura de São Luís (MA). O pedido foi feito no dia 9 de maio e mais de uma fonte ouviu do presidente que não era para fechar a operação.

Guimarães tem se esquivado de comentar sobre a queda da aprovação de novos empréstimos do banco a governos de Estados e municípios da região Nordeste, durante coletiva sobre o FGTS. “Tudo que fazemos aqui é correto em matemática”, limitou-se a responder nesta segunda-feira quando questionado mais uma vez sobre a orientação. O presidente da Caixa, no entanto, precisou dar explicações à equipe econômica sobre empréstimos sem garantia do Tesouro Nacional em reunião, na semana passada, com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Essas operações foram aceleradas na gestão de Guimarães de acordo com monitoramento feito pelo ministério, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

Há uma preocupação com a liberação de empréstimos sem garantias da União e com a possibilidade de uma onda de desembolsos de crédito barato para Estados e prefeituras sem o cuidado necessário de sustentabilidade financeira. Em operações com a garantia da União, não há risco para o banco. Se o prefeito ou governador der calote, o Tesouro Nacional honra o pagamento.

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