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JORGE KHOURY – SUPERINTENDENTE DO SEBRAE EM SALVADOR

Redação - 20/05/2019 07:26 - Atualizado 20/05/2019

Correio – Qual o perfil do MEI baiano?

Jorge Khoury – Se formos olhar as estatísticas, veremos uma grande quantidade de microempreendedores baianos em atividades que são bastante demandadas pela sociedade, como comércio varejista de roupas e acessórios, cabeleireiros, minimercados, alimentação fora do lar. Somente entre essas atividades são cerca de 80 mil MEIs registados. E esse é o ponto de partida de todo e qualquer negócio: atender à necessidade de um determinado público. Uma vez colocando isso em prática é preciso buscar os meios para se diferenciar dos demais e evitar ser ‘mais um’.

Correio – E como se qualificar e não ser apenas  ‘mais um’ empreendedor? Quais as novidades da Semana do MEI do Sebrae este ano?

Jorge Khoury – Primeiro, é a oferta de capacitações online, por meio do YouTube e WhatsApp, que possibilita uma maior flexibilidade para os empreendedores.  E a partir de agora, também, eles terão acesso a capacitações na Estação da Lapa, em Cajazeiras, em dois shoppings da cidade, nas agências do Sebrae e ainda no Espaço Colabore (no Parque da Cidade), que foi recém-inaugurado. E o melhor, com uma programação 100%  gratuita.

Correio – Por que o Sebrae decidiu implementar a oferta de cursos pelas redes sociais e pelos Whatsapp? Como o  treinamento foi desenvolvido?

Jorge Khoury – Desenvolvemos uma metodologia baseada nos grupos de trocas de mensagens. Nele, os participantes recebem vídeos, podcasts, e-books, áudio books, infográficos e planilhas, além de tirarem dúvidas com um especialista do Sebrae. Outro ganho é que o grupo também funciona como espaço de network.

Correio – Qual o ganho de competitividade quando o MEI está aberto a aprender a gerir o próprio negócio?

Jorge Khoury – Da mesma forma que destacamos as mudanças que impactam nas demandas dos empreendedores por soluções do Sebrae, o empresário precisa ter em mente que essa evolução é acompanhada também por novas exigências dos consumidores. Além das capacitações voltadas para ferramentas práticas de gestão, buscamos apresentar a ele as principais novidades do mercado, por quais caminhos ele pode seguir. Apostar nesse  conhecimento é fundamental para se atualizar e não estagnar.

Correio – O empreendedorismo por necessidade causou um verdadeiro ‘boom’ no volume de MEIs. Que mudanças você destacaria e o que é decisivo para que o negócio dê certo?

Jorge Khoury – Quando o MEI surgiu, veio justamente atender essa parcela de empreendedores que viviam na informalidade. Há 10 anos, de forma desburocratizada e pagando valores fixos mensais acessíveis, esses empreendedores podem obter um CNPJ e gerir sua atividade. Ao longo desse período, o MEI foi se tornando uma alternativa para muitas pessoas que se viram desempregadas e enxergaram no empreendedorismo uma alternativa de renda. Talvez o principal gargalo ainda esteja em aspectos relacionados às finanças. A área financeira é fundamental para a sobrevivência do negócio e quando o empreendedor realiza essa gestão de forma cuidadosa acaba por criar maiores chances de crescer. É por isso que reiteramos a importância de se capacitar.

Correio – O que você destaca como ponto fundamental para o sucesso da atividade?

Jorge Khoury – Muitos iniciam uma atividade como microempreendedor individual por necessidade e acabam não realizando um planejamento. Estudos do Sebrae mostram que a falta de planejamento é a principal causa de mortalidade das micro e pequenas empresas. Por isso estamos sempre fazendo esse alerta: é primordial fazer um planejamento antes de iniciar qualquer atividade. Uma vez tendo um planejamento em mãos, é necessário cuidar da gestão, sempre buscando o conhecimento para se aprimorar.

Entrevista concedida ao jornal Correio

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