Prevista para ocorrer entre 28 de maio e 1º de junho, em Luís Eduardo Magalhães (oeste do estado), a Bahia Farm Show terá dificuldades para alcançar os R$ 2 bilhões em negócios, principal objetivo da feira, devido à redução do crédito rural pelo Banco do Brasil, que detém 60% da fatia do mercado. Principal fornecedor de crédito rural desde a década de 1960, o banco busca reduzir espaço para outras instituições financeiras atuarem no setor, sobretudo privadas, que abarcam os 40% restantes: Bradesco, Santander, Itaú, Rabobank, Sicoob, Sicredi, Caixa Economia Federal e Banco do Nordeste do Brasil, dentre outros.
O recuo do banco no financiamento da agricultura faz parte de uma política de abertura ao setor privado pelo Ministério da Economia, que, junto com o Ministério da Agricultura, realiza estudos para fomentar a agricultura brasileira. As novidades serão anunciadas no Plano Safra 2019/2020, a ser lançado em junho. Segundo o Ministério da Economia, no Plano Safra atual, no período de julho de 2018 a março de 2019, todos os bancos públicos, englobando o Banco da Amazônia e bancos estaduais, já aplicaram mais de R$ 68 bilhões no crédito rural. O Correio pediu dados sobre valores aplicados na Bahia, mas isso não foi informado.
Para a Bahia Farm Show, maior feira do agronegócio do Norte e Nordeste do Brasil, ainda não se sabe quanto será disponibilizado de crédito rural para que os agricultores da região que faz parte do Matopiba – fronteira agrícola brasileira que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – investirem em maquinário e tecnologia. Os bancos que vão atuar na feira este ano são o Santander, Sicredi, Bradesco, Banco do Brasil, Desenbahia e Banco do Nordeste. Ano passado, segundo a organização do evento, dos R$ 1,89 bilhão em negócios (recorde no evento), R$ 1,006 bilhão foi por meio de crédito rural – esse valor não inclui as negociações do Bradesco.