O economista Armando Avena comentou, na sua coluna desta sexta-feira no jornal Correio, as reclamações de condôminos que, através de e-mails, queixam-se dos aumentos excessivos das taxas condominiais. Segundo o economista, a nova lei que permitiu agilizar na Justiça a cobrança das taxas de condomínios atrasadas deu enorme poder aos síndicos sem estabelecer a contrapartida no sentido de prestar contas aos condôminos. Segundo ele, há duas queixas: fundo de reserva excessivo e excesso de obras. A manutenção de elevados fundos de reservas no atual quadro econômico, em que a rentabilidade das aplicações financeiras é baixíssima, é irracional. Só beneficia o banco que recebe as aplicações, que pode viabilizar vantagens creditícias.
Já o excesso de obras, ou a realização de obras supérfluas, também pode gerar benefícios para alguns e prejuízo para muitos. Os síndicos afirmam que tudo se resolve nas Assembleias, mas são poucos os que participam delas e ninguém é obrigado a fazê-lo. Na verdade, a maioria das decisões são tomadas em média com menos de 20% dos condôminos presentes. Para resolver essa questão, o economista recomenda dar maiores poderes ao Conselho Fiscal exigindo prestações de contas mensais. Mas a melhor solução seria a criação de um portal de um portal de Transparência registrando todas as transações e o nome dos fornecedores e beneficiários. Segundo ele, os vereadores ou deputados poderiam estabelecer maior controle sobre os síndicos e transformar a transparência em lei.