A concessão da Comenda Dois de Julho ao cacique Babau, Rosivaldo Ferreira da Silva, tem gerado polêmica na Assembleia Legislativa da Bahia (AL/Ba), tanto que o deputado Targino Machado (DEM) protocolou requerimento pedindo o cancelamento da homenagem, com o argumento de que Babau “já foi preso”.
O cacique é odiado por fazendeiros de Buerarema, Una e Canavieiras, por conta de sucessivos conflitos por terras. Ele é destacada liderança indígena tupinambá na região de Olivença, em Ilhéus.
O autor da homenagem foi o deputado Marcelino Galo (PT). De acordo com o deputado: “o homenageado representa para a luta dos povos indígenas do Brasil na defesa do seu território tradicionalmente ocupado e o sentido mais profundo da relação que os povos indígenas nutrem com a natureza. O reconhecimento da luta do cacique Babau extrapola as fronteiras do país”, diz Galo.
No protocolo de solicitação da homenagem, Galo recorda que, em 2014, o cacique Babau foi convidado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo papa Francisco para um encontro no Vaticano, quando entregou um documento sobre a violação dos povos indígenas brasileiros às autoridades religiosas. “O cacique Babau merece, a ALBA decidiu e o título será entregue com os aplausos de todos os movimentos sociais e daqueles e daquelas que se vinculam à luta dos povos da terra”, enfatiza.
“Nossos parentes indígenas são construtores desta nação, e, por isso mesmo, devem ser tratados com o respeito, as honrarias e toda deferência que merecem”, afirma Galo, ao ressaltar que o Brasil tem uma “dívida histórica” com a população indígena.