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BOLSONARO SE REUNIRÁ NESTA QUINTA COM BIDEN

Redação - 09/06/2022 08:37 - Atualizado 09/06/2022

Depois de o presidente Jair Bolsonaro ter reiterado, na terça-feira, suas infundadas suspeitas sobre fraude na eleição presidencial americana de 2020, voltaram a pairar sobre a IX Cúpula das Américas — que começou oficialmente quarta-feira sem a presença do chefe de Estado brasileiro — dúvidas sobre a eficácia de sua presença em Los Angeles. Em meio a certo nervosismo e muita curiosidade entre outras delegações, o governo brasileiro confirmou que o presidente estará no evento nesta quinta-feira. Ele terá a companhia do chanceler Carlos França, que não participou, no quarta, de um encontro de ministros convocado para definir os acordos que serão assinados pelos chefes de Estado. O Brasil, frisaram fontes diplomáticas, participou ativamente de todos os debates. Mas, por parte da ala política do governo, começando pelo presidente, a importância dada ao encontro foi muito inferior à demonstrada por outros países.

Até quarta-feira, quando vários chefes de Estado já circulavam por Los Angeles — alguns dos quais, como o chileno Gabriel Boric e o equatoriano Guillermo Lasso, chegaram à cidade no começo da semana — o Brasil esteve representado apenas por diplomatas: o embaixador na Organização dos Estados Americanos (OEA), Otávio Brandelli; o embaixador em Washington, Nestor Forster; o embaixador Michel Arslanian, diretor do Departamento de Mercosul e Integração Regional do Itamaraty; e, pelo Ministério da Economia, o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz (o ministro Paulo Guedes confirmou há algum tempo que não participaria do evento).

Pela mesma razão que Bolsonaro cogitou não viajar a Los Angeles — o foco na campanha eleitoral brasileira — o presidente será um dos últimos chefes de Estado a desembarcar nos Estados Unidos. Fontes do governo, no entanto,consideram razoável o tempo que o presidente estará na cúpula (menos de 48 horas), frisando que “Bolsonaro e França estarão nos momentos realmente importantes”.

A cerimônia de quarta-feira, na qual o presidente Joe Biden e a primeira-dama, Jill, deram as boas-vindas aos líderes do continente, foi considerada pelo governo brasileiro um evento cultural sem grande relevância. Aliado do então presidente republicano Donald Trump, Bolsonaro foi um dos últimos líderes mundiais a cumprimentar Biden por sua eleição em 2020, 38 dias após a vitória do democrata.

As mesmas fontes ressaltaram a ativa participação do Brasil na discussão dos documentos que serão assinados pelos chefes de Estado sobre democracia, direitos humanos e migração, entre outros temas. O texto sobre democracia e direitos humanos abordará, segundo O GLOBO apurou, temas como eleições, liberdade de imprensa, respeito às instituições, a minorias, combate à corrupção, desenvolvimento econômico, superação da pobreza.

Haverá outro documento sobre desenvolvimento sustentável que incluirá compromissos sobre transição energética, redução de emissões de gases de efeito estufa. Também estava sendo redigido um texto sobre o que se chamou de futuro verde, no qual se fala de combate às mudanças climáticas, proteção de florestas, transferência de tecnologias e financiamento e a importância da biodiversidade. A questão da migração, considerada prioritária pelos EUA, é tratada em outro acordo, do qual o Brasil também participou.

Na reunião bilateral entre Biden e Bolsonaro, prevista para esta quinta-feira, com duração de 35 minutos, há expectativa, confirmaram fontes do governo, de que os presidentes conversem sobre os temas tratados no âmbito da cúpula, entre eles a preparação para enfrentar pandemias, a recuperação econômica pós-Covid-19, o fortalecimento da democracia na região, desenvolvimento sustentável e energias limpas.

Foto: divulgação

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