No que tange á educação, o governo Bolsonaro deverá manter os “valores caros à sociedade brasileira”. A informação foi divulgada hoje, em carta aberta á sociedade, escrita pelo futuro ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. No texto, ele avalia que o projeto é viável, dado que a sociedade brasileira é “conservadora”.
O educador Rodríguez foi anunciado para o posto nesta ontem (22) pelo presidente eleito Jair Bolsonaro. Nascido na Colômbia e naturalizado brasileiro em 1997, ele é autor de mais de 30 obras e professor emérito da Escola de Comando do Estado Maior do Exército.
O novo ministro da educação afirmou na carta que é contra “discriminação de qualquer tipo” e afirmou que, nos últimos anos, a “instrumentalização ideológica da educação” polarizou o debate sobre o tema, numa referência ao período petista à frente do MEC.
“A instrumentalização ideológica da educação em aras de um socialismo vácuo terminou polarizando o debate ao longo dos últimos anos”, prossegue Rodríguez.
Para ele, a legislação e a gestão na área de educação devem levar em consideração a “dignidade das pessoas envolvidas”, o que inclui alunos familiares, professores e administradores.
Não é a primeira vez que Rodriguez faz referência ao que chama de “ideologização” da educação. Ele tratou anteriormente do tema em texto publicado no início de novembro.
Na ocasião, escreveu que o órgão responsável pela aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entende as provas “mais como instrumentos de ideologização do que como meios sensatos para auferir a capacitação dos jovens no sistema de ensino”.
Rodríguez defendeu no texto o lema “menos Brasília e mais Brasil”, citado por Bolsonaro em discursos durante a campanha como forma de criticar o que o então candidato apontava como “velha forma de fazer política”. O futuro ministro declarou que pretende “tornar realidade esse ideal”.
Ele ainda defendeu que os municípios sejam o foco da organização da legislação na área de educação.
“É o município que deve ser o foco na organização da nossa legislação educacional, olhando para as diferenças regionais e levando em consideração os interesses dos cidadãos onde eles residem”, registrou no texto.