Estima-se que a quantidade de brasileiros sem conta em banco seja, atualmente, de 60 milhões de pessoas, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Ao contrário do que muitos pensam a desbancarização não ocorre (apenas) por falta de dinheiro – já que alguns bancos tradicionais não possuem taxa de adesão nem anuidade. Dentre os motivos, estão os custo das tarifas de transações bancárias; filas e mau atendimento em bancos tradicionais; falta de interesse em manter um relacionamento com instituições financeiras; e aumento das opções de meios de pagamento online. Além disso, alguns podem estar endividados no sistema financeiro tradicional (são os chamados inadimplentes), o que dificulta tanto a retomada de crédito quanto a abertura de uma conta em outro banco (por ter o nome “sujo na praça”).
Perfil de consumo: mesmo sem possuir nenhum vínculo com alguma instituição financeira os desbancarizados brasileiros movimentam cerca de R$ 665 milhões ao ano – valor maior do que o PIB do Chile.
Geralmente, desbancarizados optam por realizar pagamentos à vista, por boletos, crédito parcelado e, na maioria das vezes, pela internet. E antes de finalizar qualquer compra é comum realizarem pesquisas em busca de benefícios e programas de fidelidade para ganhar mais descontos nas futuras aquisições.
Essa classe é composta por pessoas de todas as classes econômicas do país: do total, seis milhões são da classe alta, 29 milhões da classe média e 20 milhões de classes economicamente mais baixas. E estão bem dispersos em todo o território nacional: metade vive nos estados do nordeste e norte, 31% no centro-oeste e 30% sul e sudeste. Todos possuem mais de 18 anos.