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BRASIL É ÚNICO PAÍS A TER BEBÊ GERADO COM ÚTERO DE DOADORA MORTA

Redação - 05/12/2018 10:42 - Atualizado 05/12/2018

Uma menina paulistana prestes a completar 1 ano de idade é a primeira criança, no mundo, gestada por uma mãe que recebeu um útero de uma doadora falecida. O procedimento de sucesso ainda único no planeta foi realizado por uma equipe do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo no ano passado, e agora está sendo oficialmente relatado em artigo publicado ontem no prestigiado periódico científico médico “The Lancet”.

Vítima da chamada Síndrome de Rokitansky, a analista de recursos humanos X — que pediu para não ser identificada — só descobriu que tinha nascido sem útero aos 25 anos, após conhecer o atual marido e pai da criança. Conformada, ela, hoje com 34 anos, achava que assim nunca teria filhos naturalmente. Opinião que começou a mudar em 2014, quando descobriu por meio de grupo de apoio a mulheres com o problema do sucesso de operações de transplante de útero na Suécia.

Segundo informações de O Globo, os médicos Dani Ejzenberg e Wellington Andraus, do Centro de Reprodução Humana do HC da USP, que já tinham começado a trabalhar na técnica em experimentos com ovelhas, foram para Gotemburgo, Suécia, justamente para curso com Mats Brännström, profissional que liderou o desenvolvimento do procedimento na universidade da cidade.

De volta ao país, os médicos brasileiros continuaram seus estudos com animais, mas também logo iniciaram as tratativas para fazer as primeiras operações em humanos, com uma diferença fundamental: os úteros viriam de mulheres falecidas. Até então, todas as poucas histórias de sucesso do procedimento, com o nascimento de crianças vivas, no mundo tinham sido de transplantes do órgão de doadoras vivas.

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