O prefeito de Salvador, ACM Neto considerou “abaixo de todas as expectativas” e um “desastre total” a campanha eleitoral do ex-presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições deste ano. Em balanço feito durante entrevista à Folha de S. Paulo, o presidente nacional do DEM elencou uma série de fatores que contribuíram para a derrocada do tucano.
Neto, que também foi coordenador da campanha de Alckmin, disse que a coligação subestimou a força das redes sociais, além de destacar a infidelidade entre os tucanos. “Poucos trabalharam efetivamente por Geraldo. Muitos cuidaram do próprio umbigo”, declarou.
O prefeito da capital baiana ressaltou ainda, que a facada levada pelo candidato à Presidência, Jair Bolsonaro (PSL), durante campanha em Minas Gerais, foi crucial para o resultado atual. “O voto útil, que se imaginava que poderia ir para Geraldo, acabou migrando todo para Bolsonaro”, disse, afirmando em seguida que não o considera uma ameaça à democracia e que “as pessoas se identificam com o que ele diz”.
No cenário baiano, ACM Neto tocou em um assunto polêmico: o apoio do candidato demista ao governo do estado, Zé Ronaldo, a Bolsonaro, quando o presidenciável apoiado pelo seu partido era Geraldo Alckmin. Questionado se houve constrangimento após o ex-prefeito de Feira de Santana declarar publicamente o apoio, Neto foi enfático: “houve”.
“Como presidente do DEM, tinha que manter coerência até o fim. Uma vez disse a Geraldo: ‘você pode ter dois votos. Um será o seu, o outro será meu’. Quando estou do lado de alguém, estou até o fim, para ganhar ou parar perder.”, alfinetou o prefeito.
Já quando questionado sobre a desistência à disputa ao Governo do Estado, Neto declarou: “o que menos pesou em minha decisão foi pensar em ganhar ou perder a eleição para governador. O que mais pesou foi eu encarar a palavra que tinha dado à população de Salvador há dois anos. As pessoas [da capital] queriam que eu ficasse”.