Ao menos 26.126 pessoas foram assassinadas no primeiro semestre deste ano no Brasil. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo G1, uma ferramenta que permite o acompanhamento dos dados de vítimas de crimes violentos mês a mês no país. O número de vítimas é ainda maior que esse – isso porque a estatística não comporta os dados totais de três estados (Maranhão, Paraná e Tocantins), que não divulgaram todos os números.
O número consolidado até agora contabiliza todos os homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, que, juntos, compõem os chamados crimes violentos letais e intencionais. Houve uma média de 4.350 casos por mês. O mapa faz parte do Monitor da Violência, uma parceria do G1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Bruno Paes Manso, pesquisador do NEV-USP, destaca a situação de Roraima, afirmando que, caso o ritmo de mortes se mantenha, o estado pode dobrar o total de mortes em relação ao ano anterior. Ele lembra a crise humanitária vivida na Venezuela, que criou uma instabilidade política na região, o que fragiliza as instituições políticas locais.
No geral, a situação é mais grave nos estados das regiões Norte e Nordeste do país, que ocupam as dez primeiras posições do ranking nacional de homicídios. Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, ressalta que a violência gera efeitos em diversas áreas do país, como saúde, economia e educação. Diante dos impactos, ela destaca o fato de o governo federal ainda não ter um sistema nacional de monitoramento de criminalidade para subsidiar ações e prestar contas à sociedade.
Desde o início do ano, jornalistas do G1 espalhados pelo país solicitam os dados via Lei de Acesso à Informação, seguindo o padrão metodológico utilizado pelo Fórum no Anuário Brasileiro de Segurança Pública. As assessorias das secretarias da Segurança também são requisitadas. O objetivo é, além de antecipar os dados e possibilitar um diagnóstico em tempo real da violência, cobrar transparência por parte dos governos.