O juiz Sergio Moro afirmou hoje, durante o III Simpósio de Combate à Corrupção realizado em Salvador, não fazer “questão” do direito ao foro privilegiado. Segundo Moro, a ideia do foro privilegiado não só “gera impunidade”, como contraria a máxima da democracia de que “todos são iguais perante as leis”. Ele recomendou que os atuais candidatos à presidência tenham o “compromisso” de por um fim ao direito para qualquer autoridade, “inclusive juízes”.
“Não faço questão do meu foro privilegiado, é mais um inconveniente do que uma espécie de privilégio […] É preciso limitar ou eliminar o foro privilegiado por completo”.
O magistrado disse também que não irá participar de debates políticos, mas sugeriu que os candidatos – principalmente à Presidência – fossem questionados sobre medidas pretendidas para auxiliar no combate à corrupção. “Temos que exigir das lideranças políticas, um firme compromisso contra a corrupção […] Não pode ser uma posição titubeante”, afirmou.
Ele declarou ainda: “Estamos num período especial da vida pública que é o período eleitoral. Mas, eu como magistrado não posso falar desse ou daquele candidato. Mas posso fazer proposições abstratas e reflexões a esse respeito”. Pouco antes, o juiz ressaltou que a “Lava-Jato é uma história de persistência e de grande corrupção”.