A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 3 votos a 1, nesta terça-feira retirar da 13ª Vara Federal de Curitiba, comandada pelo juiz Sergio Moro, trechos das delações premiadas em que executivos da Odebrecht se referiram ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Parte dos depoimentos será transferida para a Justiça Federal em Brasília.
A decisão foi tomada porque, para a maioria dos ministros, o caso tem correlação com a investigação já aberta na capital federal. A decisão, no entanto, não retira nenhum processo de Moro e não impede que ele peça à Justia Federal de Brasília o compartilhamento das informações contidas nos depoimentos.
Nos depoimentos retirados de Moro, o patriarca da família, Emílio Odebrecht, descreveu o relacionamento mantido com Lula desde sua campanha, os motivos pelos quais passou a contribuir para ela e seu objetivo de mudar o rumo do setor petroquímico nacional. Pedro Novis, ex-executivo da empresa, relata o relacionamento do grupo empresarial com os ex-presidentes Lula e Dilma.
Em abril, os ministros decidiram tirar de Moro trechos das delações sobre o sítio de Atibaia e sobre o Instituto Lula, por não terem relação direta com os desvios de dinheiro da Petrobras. A medida não alterou o andamento dos processos sobre o tema que já estavam abertos no Paraná.